terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O RESGATE - STOLEN


NOTA: 3.
- Sem cigarros, sem dormir, sem luz, sem som, nada para comer, nada para beber. Algumas vezes tudo que preciso é o ar que respiro.

Nicolas Cage foi capaz de estabelecer uma reputação quase infalível. Tirando algumas poucas oportunidades em que faz bons filmes, em geral é sempre certo de saber o que se esperar de um filme estrelado por ele. Ao contrário de quando começou sua carreira, quando fazia bons filmes e era capaz de interpretar personagens interessantes, hoje parece que sua única preocupação é assinar contratos e ganhar dinheiro. Digo isso porque não acredito que ele leia os roteiros e ache que realmente o resultado será um bom filme.
Nessa nova empreitada, ele realiza um filme que é totalmente diferente de Busca implacável, protagonizado por Liam Neeson. Fora que os atores são diferentes, no original, este filme se chama STOLEN, que tem seis letras, enquanto o de Neeson se chama TAKEN, que possui apenas cinco letras. Um se passa na Europa e outro em Nova Orleans. Então o resto, de ser uma história sobre um pai com habilidades especiais que faz de tudo para salvar a filha, é apenas mera coincidência.
A principal diferença, porém, entre eles é que um é divertido e outro não. Claro que havia a vantagem de vermos Neeson interpretando um papel diferente do que estamos acostumado a ver em um filme que geralmente ele não faria parte (apesar de hoje ser cada vez mais comum vê-lo nesse tipo de produção), enquanto Cage parece ser incapaz de sair desse personagem. 
O filme é tudo que se pode esperar nesse gênero, sem nada a mais ou menos que o resto. O diretor Simon West (que dirigiu Cage em Con air, e mais recentemente Os mercenários 2 com Stallone) parece muito preocupado em seguir a cartilha dos filmes de ação para não esquecer de nada do que tentar fazer alguma coisa (qualquer coisa) original. Nem nas cenas de ação, nem na quantidade exata de violência (nenhum produtor quer uma classificação alta) ou nos diálogos que tentam ter frases de efeito e sem muitos palavrões (lembrem-se da classificação).
Na história "original", Cage é Will, um assaltante que começa o filme em um golpe para um grande assalto. Algo dá errado e ele vai preso por oito anos. Quando sai descobre que um dos seus antigos parceiros sequestrou sua filha e exige sua parte do dinheiro, que Will não tem, do golpe que aplicaram. Will estava disposto a viver uma vida honesta depois de passar tempo na cadeia, mas agora se vê obrigado a aplicar um golpe em doze horas para poder salvar sua filha.
Um dos problemas do filme é o próprio Cage. Diferente de Neeson, ele não consegue passar o sofrimento do pai desesperado para resgatar sua filha. Não é um problema de capacidade, pois já está provado que ele é mais que capacitado para esse tipo de personagem, mas ele parece estar mais disposto a engatar o piloto automático do que tentar criar um personagem. E ainda, quanto mais velho fica, mais estranho fica seu cabelo. Será que nunca reparou que Bruce Willis abraçou a calvície e continua fazendo sucesso? E pior ainda, esse tipo de cabelo não o faz ficar nada parecido com um herói em filme de ação.
Contra Cage, temos um Danny Huston que tenta equiparar Cage na canastrice enquanto Josh Lucas tenta ter o pior cabelo do filme (e pior ainda: ainda assim ele perde). Mas não há elenco que seja capaz de salvar esse filme do desastre. O diretor parece incapaz de achar um tom pro filme, o roteiro é um melodrama com as piores partes de filmes que vimos antes e sequer as cenas de ação são capazes de prender nossa atenção. Apenas mais um filme na longa lista de filmes ruins de Nicolas Cage.

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