sexta-feira, 14 de setembro de 2012

MARGIN CALL - O DIA ANTES DO FIM


NOTA: 9.
- Existem três maneiras de se fazer em negócios: seja o primeiro, seja mais inteligente ou trapaceie. 

Eu não entendo muita coisa sobre o mundo dos negócios, mas depois de assistir a esse filme eu não deixei de pensar que não é impossível que a história representada aqui tenha realmente acontecido do jeito que aconteceu. Deve ser algo como os bons e velhos tempos de Wall Street, um divisor de águas. Em uma grande firma de investimento, desastrosas especulações estão levando a firma a falência. Aconteceu numa América que parecia mais próspera que nunca, firma depois de firma acabou fechando as portas.
O filme começa num dia em que a firma está despedindo cerca de 80% de seus funcionários. Um dos funcionários demitidos, é Eric (Stanley Tucci), um analista de riscos que, como seus colegas deviam ser, não percebiam qual frágeis eram os impérios em que trabalhavam. Mas diferente de seus colegas, ele percebeu o buraco que estavam afundando. Sem poder terminar suas análises, ele entrega o trabalho para um de seus protegidos e um dos remanescentes: Peter (Zachary Quinto).
Ele entrega os arquivos para Peter enquanto deixa o prédio com sua caixa de pertences. Seja lá o que for que esteja nos arquivos, deixa Peter tão perturbado que não apenas ele passa a noite toda trabalhando no projeto quanto sente a necessidade de ligar para seu amigo, que comemorava com outros remanescentes o fato de não terem sido demitidos, e também para seu supervisor no meio da madrugada. O que eles percebem é uma coisa que afeta não somente a firma mas como todo o mercado financeiro.
O supervisor, Will Emerson (Paul Bettany), só precisa do tempo de entender a situação que Peter lhe explica para perceber que ele precisa chamar seu chefe. E aí então que hierarquicamente chefe após chefe vão sendo chamados: Sam Rogers (Kevin Spacey), Sarah Robertson (Demi Moore), Jared Cohen (Simon Baker) e outros até chegar no chefe dos chefes, o CEO, John Tuld (Jeremy Irons). Não há como esperar o horário comercial, eles sabem que medidas sejam tomadas o mais rápido possível.
O que mais me interessou no filme, é que não é necessário saber coisa alguma da bolsa de valores ou sobre negócios para entender o que acontece durante o filme. Nesse sentido, Tuld é como qualquer um da plateia. Ele administra toda a corporação, mas isso não quer dizer que ele seja um grande entendido em todas as áreas. Quando lhe explicam a situação, ele pede que repitam sem termos técnicos. Quando ele entende, nós entendemos. A decisão de Tuld, eu deixo para a plateia ter como surpresa. Basta simplesmente dizer que não é correto e que vai mudar toda a história da Bolsa de Valores para sempre. 
O mais interessante é como os personagens reagem diante de uma situação. Por mais que levem em consideração as consequências, suas ações são para proteger as corporações. Esse é um dos problemas com o mundo corporativo, não se trata de qualquer outra coisa além de empresas que se preocupam em lucrar e se manterem em funcionamento para lucrar ainda mais. Tudo apoiado por um elenco ótimo que faz com que falas sobre negócios se tornem em diálogos interessantes para qualquer um. Uma aula de como uma história potencialmente inacessível para todos pode se tornar um filme interessante para quem se dispor a assistir.

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