segunda-feira, 19 de março de 2012

PROTEGENDO O INIMIGO - SAFE HOUSE


NOTA: 7,5.
- Lembre-se da regra número um: Proteja seu convidado. Eu sou seu convidado.

Denzel Washington está chegando na casa dos 60 anos, e se está envelhecendo não demonstra nas telas de forma alguma. Continua ano após ano a fazer grandes filmes e blockbusters. E aqui, ele corre, ele bate e atira um pouco. Depois ele repete tudo de novo como se fosse fácil. E mais ainda: de forma elegante e impecável. Ele é Tobin Frost, um ex-agente que está sendo caçado. Pode não parecer muito interessante, mas Washington faz um trabalho tão bom que parece que podemos acreditar em qualquer coisa que ele faça.
Mais pela interpretação dele do que pelo roteiro, Frost é um mistério a ser revelado. Terá ele traído seu país ou não? Essa é a questão que ele carrega pelo filme. Desde o momento em que se deixa ser capturado e é levado para uma "casa segura" que é guardada por um agente novato que ainda não foi posto à prova, Matt Weston (Ryan Reynolds). Alguém quer Frost morto, e depois de tentarem matá-lo nas ruas eles chegam até essa casa que tem localização desconhecida por quase todo mundo. Poucos sabem a localização, menos ainda saberiam que Frost estaria lá dentro.
Como grande parte dos diretores de ação modernos, Daniel Spinosa tende a fazer cortes rápidos entre duas cenas, e em algumas partes entre até quatro cenas diferentes. Na maioria das vezes, isso pode fazer com que o filme vire um caos. Talvez pelo talento de Spinosa ou de seu editor, Richard Pearson (que entre outros filmes trabalhou em A supremacia Bourne, o filme consegue se manter com uma narrativa coerente. Sem fazer com que percamos noção do tempo ou do espaço onde a ação toma lugar.
Ao mesmo tempo, talvez por influência do mesmo, o filme parece querer dar impressão de ser uma espécie de sucessor de Bourne. Neste caso, talvez até mesmo o roteirista, David Guggenheim (que assim como o diretor, tem aqui seu primeiro grande trabalho de sucesso) tenham tido um pouco de culpa. De qualquer forma, aqui temos uma história que nos parece mais familiar do que grandes conspirações envolvendo grupos secretos de agências do governo. 
Isso porque o filme é muito mais simples. Essencialmente, é um de perseguição e tiroteios com um elenco muito inspirado. Mas é Washington que serve de âncora para todo o filme. Quando ele está na tela, tudo parece tomar uma importância maior. Seguido por um Reynolds que segue em altos e baixos na sua carreira, mas que aqui traz uma vulnerabilidade ao personagem que o deixa bem interessante. É seu personagem que deve desvendar o mistério.
O filme deve ganhar bastante atenção pelas cenas de ação, sejam elas em espaços pequenos ou abertos. Mas é o trabalho com os atores que deixa o filme mais interessante. Incluindo nomes que não citei, como Brendan Gleeson, Vera Farmiga e Sam Shepard. Com um belo trabalho de fotografia (Oliver Wood, também de Bourne), o filme nos prende do início ao fim. 

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