segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A HORA DA ESCURIDÃO - THE DARKEST HOUR



NOTA: 4.
- Eles vieram aqui com um plano. Qual é o nosso?

Se tem algo que sempre me incomoda e que não me canso de falar é sobre personagens ruins. O filme pode até ser pouco interessante, mas com um personagem bem construído e com substância é capaz de segurar o filme. Não vejo o inverso acontecendo. Isso pelo simples motivo que estamos acompanhando aquelas pessoas, se não nos interessarmos por elas, qual o objetivo de assistirmos? O personagem que não me faz torcer por ele me afasta do filme.
Então chega uma invasão alienígena, que pela primeira vez que me recordo não é nos EUA, e acompanhamos um grupo de jovens tão desinteressantes quantos eles podem ser. Manual de sobrevivência: serem atraentes de certa forma, não estarem vestidos adequadamente, não possuírem alguma habilidade específica que os tornem aptos a sobreviverem e de preferência que tenham mais falhas do qualidades.
Nossos "heróis"estão em uma casa noturna de Moscou quando a luz de toda a cidade falha. Eles saem pra rua onde milhares de pontos luminosos caem do céu até baterem am alguma superfície e desaparecerem. Quando um policial encosta no lugar de onde um desses pontos estava, ele é desintegrado instantaneamente e o massacre de todos em volta começa numa cena que lembra muito, mas que não tem a mesma qualidade, A guerra dos mundos, de Spielberg. Só sobram duas moças e três rapazes.
Até que eles resolvem sair da cozinha onde estavam se escondendo para chegar na embaixada americana. O que deve fazer muito sentido, já que se a Rússia inteira está vindo abaixo, a embaixada americana vai ser o único lugar de pé, certo? E assim eles se aventuram pelas ruas de Moscou para se salvarem ao mesmo tempo que tem que ter cuidado com os alienígenas que não parecem ter fraquezas: são invisíveis, extremamente letais e nenhuma arma humana parece ser capaz de matá-los.
O produtor do filme, Timur Bekmambetov (diretor de Procurado), disse que o fato do filme ser em Moscou vai dar uma sensação de novidade em quem assistir. Eu não teria tanta certeza assim. Com certeza a cidade é muito bonita e o diferencia das outras produções filmadas nos EUA, mas as imagens em 3D ficaram tão ruins que o filme parece ter sido filmado em chroma key (fundo verde ou azul que é apagado digitalmente depois para se colocar qualquer outra coisa no lugar) de qualidade duvidosa. Qual a vantagem de filmar em Moscou se as imagens parecem falsas?
O que nos deixa por último com os aliens. Eles já tiveram diversas formas, das mais assustadoras até as agradáveis. Assustadoras ou não, sempre tinham uma face. Aqui, eles são invisíveis. Exceto por curtos segundos, nunca os visualizamos a não ser por pequenos pontos de luz. Se o diretor se propõe a não mostrar os bichos durante todo o filme, é porque esperamos que ele tenha uma grande carta na manga para nos agraciar no final, mas a verdade é que ele não tem. Quando finalmente os vemos, a decepção é tão grande que a preguiça da produção transparece.
E o filme ainda é uma prova que o 3D precisa evoluir muito para se tornar interessante, porque na maioria dos filmes ele parece apenas servir para tirar a qualidade das imagens.

2 comentários:

  1. Todo mundo tá falando mal d+ dessa peça, acho q vou passar...

    Ah, só para lembrança, em Distrito 9 a invasão é na África do Sul...

    Grande abraço!

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  2. É que Distrito 9 não é bem uma invasão.
    Está mais para uma visita seguida de bullying.

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