terça-feira, 3 de janeiro de 2012

HANNA


NOTA: 9.
- Isso é muito, muito difícil. Mas algumas vezes, crianças podem ser más pessoas também.

Lembro de ter visto algumas vezes filmes onde os pais isolam os filhos, educando-os por conta própria. Sempre achei que isso limitaria o que uma criança pode aprender. Não é esse o caso da menina criada na floresta de nome Hanna (Saoirse Ronan), que parece saber, pelo menos na teoria, como qualquer coisa funciona (até mesmo os músculos utilizados em um beijo) e ainda sabe falar espanhol, francês, árabe, alemão entre outras línguas. Além disso, ela sabe caçar e é mestre em combate com ou sem armas.
Claro que Hanna não é uma criança qualquer. Ela é até mesmo muito forte para uma criança e chega a vencer um combate com seu tutor, e pai, Erik (Eric Bana), que é muito maior e experiente do que ela. Depois de anos isolados na floresta, ela se diz pronta e não sabemos para o quê. Erik apenas lhe diz que se ela estiver pronta, ela deve pressionar um botão e se preparar pois alguma mulher não vai descansar até que ela esteja morta. Ele parte e deixa a menina lá sozinha.
E "ela" recebe o sinal. Ela é algum tipo de agente de uma agência internacional, embora não lembre de tal agência ter sido mencionada agora. Marissa (Cate Blanchett) manda uma equipe para a floresta e resgata a garota que é levada para o quartel. Lá Hanna começa uma matança e foge para encontrar seu pai em um lugar pré-estabelecido. Nesse ponto o diretor Joe Wright (O solista) já nos mostra um filme que ora parece um thriller com agentes secretos altamente treinados e ora parece um conto de fadas da menina que pela primeira vez está conhecendo um novo mundo. Mundo que ela só conhecia na teoria.
Não é uma novidade filmes que mostrem uma menina pequena que é capaz de matar quase todo homem que encontra. Basta lembrarmos de Kick-ass onde uma criança ainda menor do que Hanna cometia grandes chacinas. A diferença deste filme para os outros com crianças deste tipo, é que aqui o diretor parece ter algo a dizer. É um filme com sentimento, e as mortes não tão estilizadas tem um motivo maior para acontecer do que simplesmente agradar a plateia.
Wright pode parecer uma escolha estranha para esse filme. Ele apareceu adaptando grandes clássicos da literatura como Orgulho e preconceito e Desejo e reparação e pode parecer o nome errado para este tipo de filme, mas a verdade é que ele parece ter um propósito aqui. E talvez o propósito seja mostrar que os filmes de ação não precisam ser acerebrados. Além disso, ele traz uma grande dose de realidade para as cenas, mesmo as que exibem doses de CGI. Tudo é coreografado e parece tangível.
E talvez seja por isso que este filme tenha me surpreendido tanto. Hanna é não somente um filme de ação, mas um bom filme. Diferente das confusões que os filmes do gênero estão se transformando nos dias de hoje. Apesar de Blanchett parecer meio estranha como uma mulher sem qualquer sentimento, Ronan segura o filme inteiro em um papel extremamente complicado. Ela é a outra parte que faz o filme funcionar. E realmente faz com que funcione.

Um comentário:

  1. O blog é do amigo, mas vou meter o meu bedelho no assunto: tomei um susto quando vi tua nota - Hanna foi o pior filme que eu vi ano passado.

    Realmente, gosto é gosto...

    Grande abraço!

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