segunda-feira, 7 de novembro de 2011

HITCHCOCK TRUFFAUT 26: SUSPEITA - SUSPICION (1941)


Para ler o que já saiu de Hitchcock Truffaut, clique aqui.



NOTA: 7.
- Eu sempre penso nos assassinos como meus heróis.

O diretor considera este seu segundo filme "inglês" em Hollywood: "atores ingleses, ambientação inglesa, romance inglês". No livro, a mocinha da história descobre que casou com um assassino e deixa que ele a mate. Pelo amor que tem por ele.
Na época do lançamento, Hitchcock foi amplamente criticado por ter modificado complemente a trama original do livro. Sendo assim, na verdade a mocinha descobre que é um gastador mentiroso que não possui dinheiro algum. Depois, acaba por confundi-lo por um assassino e imagina que ele pretende matá-la. Apesar de aparecer nos créditos que é uma adaptação, isso chega a ser um tanto quanto injusto, já que claramente se trata de uma história totalmente diferente.
Para os que não lembram, quando postei O inquilino sinistro, escrevi que Hitchcock reclamava de trabalhar com um ator famoso, já que eliminava a possibilidade de que ele pudesse ser um assassino. Aqui, com Cary Grant, acontece a mesma coisa. O final que ele queria, mostrava a mocinha escrevendo uma carta para a mãe dizendo que não queria viver e que ele iria acabar com sua vida. Ele lhe traz um copo de leite envenenado e ela lhe pede que ele envie a carta pelo correio O filme terminaria com Grant postando a carta em uma caixa de correio.
Apesar de não ser um dos seus melhores filmes, devemos reconhecer a genialidade do diretor para realizar este aqui. Ele é capaz de dar todas as pistas contrárias do que é realmente verdade para enganar a plateia. Apesar de sabermos que Grant não pode ser um verdadeiro assassino, é interessante vê-lo andando ameaçador como se ele fosse mesmo capaz de cometer qualquer crime. É somente no final que vamos descobrir do que ele é realmente capaz.
Grande parte deve também ser creditada à atuação de Grant. Ele, que assim como a governanta de Rebecca nunca aparece entrando em uma cena, simplesmente parece se materializar na tela, consegue entregar sutilmente dois personagens diferentes e contraditórios que são, na verdade, a mesma pessoa. Ele simplesmente interpreta com maestria e merecia um Oscar (se bem que aquele ano foi muito disputado), que acabou sendo vencido apenas por Joan Fontaine.
Um produtor foi ver a montagem do filme, e acabou pedindo para retirarem toas as cenas em que Grant aparecia com um jeito misterioso e suspeito. O corte ficou com 55 minutos e parecendo um tanto quanto ridículo. Por fim, acabaram colocando todas as cenas de volta. 
Deixa no ar um tom meio que de decepção. O próprio diretor acabou ficando decepcionado com o resultado final do filme. Não é nem o melhor, nem o pior.

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