sexta-feira, 23 de abril de 2010

A ESTRADA (THE ROAD)



NOTA: 8.
"Eu mato qualquer um que encostar em você. Porque este é meu trabalho." O Homem

O livro A estrada, de Cormac McCarthy (Onde os fracos não tem vez), é um daqueles livros que as pessoas diziam que não podiam ser adaptados. Algumas vezes, quando isso é dito, o resultado é decepcionante, como visto recentemente nos cinemas com Watchmen, aqui já não é. Claro que temos ter em mente que o filme deve ser avaliado pelo que ele é, não pelo que é em relação ao livro. Ambos tem seu valor, mas a forma como aprecia um livro não é a mesma que se tem em relação a um filme.
Acompanhamos personagens sem nome. O Homem (Viggo Mortensen) e seu filho, O Garoto (Kodi Smit-McPhee). Por algum motivo que nunca fica claro, o mundo virou um caos pós-apocalíptico. Guerra nuclear? Não tem muita importância para o filme, o que interessa é como o mundo ficou depois disso. Os dois andam pela estrada em direção sul sempre com muita cautela. Encontrar alguém na estrada não significa encontrar um companheiro de viagem, pode significar o encontro com alguma quadrilha canibal.
Basicamente, o filme é separado em dois grupos: a dupla são as pessoas boas, quase todo o resto são as pessoas más. Assim como visto em Ensaios sobre a cegueira, quando o pior acontece a humanidade não se une, ela se divide e os mais fortes querem se dar bem em cima das outras pessoas. O medo do Homem é não viver o suficiente para que seu filho aprenda a se virar sozinho, o garoto teme perder a humanidade. "Ainda somos os mocinhos?", ele pergunta frequentemente.
O elenco funciona perfeitamente. Mortensen está ótimo como o pai, sempre disposto a qualquer coisa para proteger seu filho. Mais um personagem para a galeria diversificada de sua carreira (já interpretou um Amish, um rei e um chefão da máfia russa, pra citar alguns). O Garoto é uma ótima surpresa. Smit-McPhee apresenta um garoto num mundo onde sua inocência não tem vez. Charlize Theron é uma presença luminosa que aparece em flashbacks. O único porém é que aparecem flashbacks demais que parecem querer aproveitar a sua presença e que pouco acrescentam a história. Há ainda a ótima presença de Robert Duvall, que infelizmente só dura uma cena.
O diretor John Hillcoat monta seu mundo destruído de forma impressionante. Os figurinos e cenários todos parecem se encaixar perfeitamente no visual do filme. O Homem e o Garoto vestem o que parece ser necessário para a sobrevivência naquele mundo. As casas que aparecem, estão sempre com aparência de abandonados. É um visual triste para um filme tão triste quanto.
Lembro de ter escrito há pouco tempo que bons filmes geralmente causam uma sensação. Aqui ele incomoda, e não parece ter uma chance de redenção para nenhum personagem.

5 comentários:

  1. vou assistir esse filme amanha...e depois eu comento aqui...

    ResponderExcluir
  2. Assisti hoje...Bom vamos comentar:
    1º Gostei dos flashbacks, primeiro para reelembrar tudo que o Homem dia e não possui, segundo a fraqueza da mulher e sua opção ( e que deu para entender, muitos fizeram a mesma escolha).
    2º O canibalismo está em alta no cinema...Livro de Eli, passou isso também. O estoque de seres humanos é que me deixou pensativa.
    3º Faz refletir: até aonde eu iria pela minha sobrevivência?

    ResponderExcluir
  3. Pois é.
    Será que nos tornaríamos tão desgraçados assim?
    Será que não podia ter uma realidade dessas onde as pessoas se unissem?

    ResponderExcluir
  4. esse filme é bem tridte pela parte do canibalismo, veiver fugindo é uma coisa mt ruim! mas tbm o filme mostra que devemos amar nossos pais pois eles sao capazes de td para nos proteger!!! =)(=esse filme é bem tridte pela parte do canibalismo, veiver fugindo é uma coisa mt ruim! mas tbm o filme mostra que devemos amar nossos pais pois eles sao capazes de td para nos proteger!!! =)(=

    ResponderExcluir
  5. Eles são sim.
    Nem todo filme é feliz.
    Abraços.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...