segunda-feira, 12 de abril de 2010

LADRÕES DE BICICLETA (LADRI DI BICICLETTE)


NOTA: 100.
"Você vive e você sofre." Antonio Ricci

Um breve resumo de um dos maiores movimentos do cinema: O Neorealismo Italiano. O movimento começou após a segunda grande guerra. A grosso modo, para não me alongar, foi o movimento que reergueu o cinema italiano. Os diretores usavam atores não profissionais, geralmente encontrados na rua e que tivessem algo em comum com seus personagens, usavam somente locações e para filmar usavam até mesmo rolos de filmes vencidos. Tudo que era mais barato. Se tornou importante porque economizava na produção, mas não na história.
Esse talvez seja o filme mais importante desse movimento. O diretor, Vittorio de Sica, tinha ganho prestígio com seu filme anterior e poderia até mesmo ter rodado este filme com Cary Grant no papel principal, mas de Sica não abriu mão de seus "atores naturais". Ele dizia que tem um papel que ninguém pode fazer melhor que aquela pessoa, que é interpretar ela mesmo. Depois de finalizado nunca se arrependeu, dizendo que gostava do "frescor" que as atuações passavam.
Depois de dois anos desempregado, Antonio Ricci consegue um emprego. O único porém é que pra ele "tomar posse" precisa de uma bicicleta. Naquela época ter uma bicicleta era praticamente um luxo para certas pessoas, para quem está muito tempo desempregado então, nem se fala. Ainda assim ele consegue a bicicleta e para seu desespero ela é roubada logo no primeiro dia. O resto do filme, é sua busca, junto de seu filho, atrás dela.
Não se deixe enganar com a aparente simplicidade da trama. O filme tem uma mensagem forte que atrai qualquer pessoa que for assistir. A estréia do filme teve repercussão mundial. No ano seguinte, ganhou um Oscar honorário e ganhou todo e qualquer prêmio que tenha disputado no ano. Apenas quatro anos depois já figurava na lista dos melhores filmes de todos os tempos. Um fenômeno imediato.
É difícil dizer se o uso de não atores foi a melhor escolha. Impossível saber se seriam melhores ou piores. O que se pode dizer é, os que estão trabalhando estão ótimos. As variações que Lamberto Maggiorani dá para personagem Antonio é impressionante, e Enzo Staiola como seu filho mostra uma confiança de profissional. Estranho pensar que antes, Maggiorani realmente estava lutando contra a pobreza. Pelo menos depois do filme, conseguiu se manter, ainda que precariamente na carreira de ator.
Acredito que deva ser visto por qualquer pessoa que tenha alguma afinidade com cinema. Se trata de uma obra realmente inesquecível.

Um comentário:

  1. Oi! Filme europeu é muito bom, né? Incrivelmente, nenhum dos filmes dos quais vc fez a resenha de janeiro pra cá eu assisti! Estou baixando agora Amor sem Escalas, pra ver se minha opinião bate com a sua. Aliás, eu sempre quis ser crítica de cinema.
    Tá de parabéns pelo blog!

    http://isabelarb.blogspot.com

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