sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

VÍCIO FRENÉTICO


NOTA: 9
Terence McDonagh: Atira nele de novo.
Anão: Para quê?
Terence McDonagh: A alma dele ainda está dançando.

Nicolas Cage não deve ser uma pessoa muito exigente para atuar em um filme. Vendo sua filmografia que vão de blockbusters insípidos, como A lenda do tesouro perdido, até horrorosos como O vidente. Mas uma vez a cada alguns anos, ele faz um filme bom onde pode apresentar um personagem interessante, como Adaptação, Despedida em Las Vegas e agora esse Vício frenético. São raras exceções numa carreira como a dele (cerca de 60 filmes), mas provavelmente o que ainda o faz continuar tendo um público que continua esperando ver esses personagens nos cinemas. Já os fãs do Cage Canastrão podem não gostar desse filme, mas não se pode agradar gregos e troianos.
Aqui ele é um dos piores policiais que você pode encontrar no cinema. Existe a possibilidade de não achá-lo tão ruim porque há a presença de um policial que é ainda pior (Val Kilmer, também ótimo), mas ainda há de concordar que é corrupto até quase o extremo. Depois de um acidente, ele é obrigado a tomar Vicodin pelo resto da vida. Do remédio ele passa rapidamente para cocaína, heroína, crack e maconha. Ser policial ajuda a arrumar drogas, inclusive roubando do estoque de evidências confiscadas do porão da polícia. Além disso tem uma namorada que é uma prostituta, aposta em jogos e se envolve sexualmente com quase qualquer mulher que mostre interesse.
Não deixe a descrição do personagem te afastar. Werner Herzog (diretor) não é bobo. Seu filme se passa naquela mística Nova Orleans onde tudo parece poder acontecer (principalmente por ser logo após o furacão Katrina). O diálogo acima é dito em um dos momentos de alucinação de Terence e ninguém discute. Não parece ser tão anormal naquele mundo onde ele também vê iguanas que não existem. Na verdade, parece que Cage e Herzog nasceram para trabalhar juntos. Um complementando o misticismo do outro, o que eleva o filme de bom a ótimo. E olha que não precisa de uma grande história pra isso. Não é um policial convencional onde as dicas vão pingando. Você acaba se desinteressando pelo crime, e acompanha como o personagem vai resolver tudo. E isso é sensacional.

3 comentários:

  1. É um filme diferente do usual, por isso pode causar estranhamento para muitas pessoas.
    Pessoalmente eu gosto de filmes que sejam diferentes, especialmente do diretor (Herzog), que me impressionou desde que assisti "Aguirre, a cólera dos deuses" (que também é estranhíssimo e duvido que vá gostar).

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  2. O de 1992 (com Harvey Keitel) é bem melhor

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