quarta-feira, 29 de abril de 2009

VELOZES E FURIOSOS – FAST AND FURIOUS


NOTA: 5.

É covardia querer discutir sobre roteiros ou atuações em filme como esse. Então vamos ao que realmente importa.

O novo filme da série, o quarto, é a melhor das continuações, mas vale frisar que isso não significa muita coisa considerando o nível das outras duas continuações. Na verdade, o maior acerto do filme é trazer de volta o elenco original, incluindo Vin Diesel, Michele Rodriguez, Jordana Brewster e Pau Walker (que só ficou de fora do terceiro). Fora isso, nada mais a acrescentar.

Dirigido por Justin Lin, o mesmo do filme antecessor, apresenta logo de cara sua melhor cena, e esse é só o primeiro erro do filme. Além de não apresentar nenhuma outra cena de ação que esteja pelo menos no mesmo nível, o filme entrega pouco do que deveria ser seu maior trunfo: carros tunados e corridas. O filme tenta ser mais um filme policial (e também falha nesse aspecto) do que um filme sobre carros. É como ver um filme de Jet Li e não ter cenas de pancadaria. Pra completar, a cena final é escura, em uma mina que não permite nem ao menos ultrapassagens. Não é acréscimo nenhum para a série.

terça-feira, 28 de abril de 2009

SINÉDOQUE, NOVA YORK – SYNECDOCHE, NEW YORK


NOTA: 8.

Sinédoque. (do dicionário Aurélio) Tropo que se funda na relação de compreensão e consiste no uso do todo pela parte, do plural pelo singular, do gênero pela espécie, etc., ou vice vice-versa.

Caden (Hoffman) escreve e dirige peças de teatro. É casado com Adele (Catherine Keener), pintora de quadros em miniatura, com quem tem uma filha. Um dia, sua esposa vai com a filha para expor seus quadros na Alemanha e resolve não voltar mais. Abandonado, ele resolve pegar uma verba milionária que ganhou para montar uma peça, para tentar entender o mundo e sua própria vida. Aí entra o sinédoque: Caden constrói cenários em tamanho real e contrata atores para viverem papéis de todas as pessoas que conhece. Caden falha em sua missão, e os anos passam e ele não consegue descobrir como “terminar a peça”.

O roteiro é um dos melhores de Kauffman, e em se tratando dele, isso é muita coisa, porém sua estréia na direção não é das melhores. Um roteiro lúdico, pede uma direção no mesmo estilo, foi isso que entenderam Spike Jonze, Michel Gondry e até mesmo George Clooney. Mesmo tendo esses diretores para se espelhar, Kauffman entrega um filme um tanto quanto certinho, e com falhas no ritmo e desenrolar da história.

Poderia ser o melhor de Kauffman, mas ficou mais na intenção. Ainda assim, o roteiro faz com que seja melhor que 90% dos filmes lançados. Vamos esperar um esmero visual melhor no seu próximo trabalho...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

EU TE AMO, CARA – I LOVE YOU, MAN


NOTA: 8,5.

O filme se trata de uma comédia romântica às avessas. Essa é a verdadeira graça do filme. Não se trata dos problemas de um homem tentando se relacionar com uma mulher, mas sim de um homem tendo problemas de se relacionar com outro homem (não de forma homossexual).

Pra explicar de forma clara: Peter acaba de pedir a mão de sua namorada em casamento e durante os preparativos ele percebe uma coisa: ele não tem nenhum amigo homem que possa chamar pra ser seu padrinho de casamento. Acontece que Peter sempre teve namoradas e nunca se preocupou em cultivar uma amizade masculina. Disposto a resolver essa questão, ele resolve ter “encontros” com homens de forma que possa criar um amigo. Tudo com resultados hilários, claro. Com a participação especial de Lou Ferrigno (o Hulk do seriado antigo).

A grande sacada do filme é mostrar as dificuldades de Peter em conseguir se tornar amigo de um outro homem. O diretor (o mesmo de Quero ficar com Polly) usa todos os clichês das comédias românticas para focar na relação de Peter e seu novo amigo, Sydney. Isso somado a um ritmo na medida certa e piadas muito bem exploradas que tornam o filme uma grande surpresa. Mesmo as (poucas) piadas escatológicas, não tiram o tom exato do filme.

Com um quê de filme independente, mostra o que os filmes de Kevin Smith deveriam ter se tornado quando ele foi para estúdios depois do sucesso de O Balconista...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

SIMPLESMENTE FELIZ – HAPPY GO LUCKY


NOTA: 8,5.

Assim como O Segredo de Vera Drake o novo filme de Mike Leigh apresenta uma personagem principal que é doce e simples e deslocada do ambiente em que vive. Vera Drake acreditava que o que estava fazendo era o certo a se fazer, já aqui, Poppy (Sally Hawkins, magnífica) é feliz independente do aconteça a sua volta e até mesmo com ela. Com a diferença que mesmo com a doçura de Vera Drake, o filme era pessimista, aqui, o diretor (e também roteirista) dá uma guinada e segue outra direção.

Não pense que existe algum problema com Poppy. Ela não tem nenhum problema mental, nem tem uma doença terminal e quer aproveitar o que resta da vida nem nada parecido. Ela é bonita, inteligente, viajou o mundo e só. Tirando isso, ela vive uma vida pacata e tranqüila, sem namorado, um grande emprego ou uma ótima perspectiva de vida. É uma pessoa normal que é feliz e quer partilhar essa felicidade com as pessoas que estão à sua volta, o que acaba por irritar muita gente só por sua característica. Se sua bicicleta é roubada, ela não se desespera, apenas se lamenta por não ter podido se despedir.

É dessa forma que o filme nada contra a corrente. Enquanto a maior parte das produções, incluindo os de maior bilheteria, optam por filmes violentos, Happy... vai contra a corrente e mostra uma pessoa com uma das visões mais otimistas (se não a mais otimista) da história do cinema.

UM LOUCO APAIXONADO – HOW TO LOSE FRIENDS AND ALIENATE PEOPLE


Nota: 5.
- Você achava que Brad Pitt era uma caverna em Yorkshire.

Eis aqui um tema que nunca me interessou e dificilmente irá despertar qualquer interesse, seja em filmes, revistas ou livros. Assim começo deixando claro que nunca li o livro que deu origem a este filme e sequer tenho qualquer interesse em fazê-lo. Até mesmo porque se o universo do livro for duas vezes mais interessante que do filme, ainda assim não me dará qualquer vontade de lê-lo. Para piorar a situação, em mais uma das "brilhantes" traduções do título, o filme perde o que tinha de melhor.
O autor do livro escreveu sua história, mas aqui se torna Toby (Simon Pegg). Ele é contratado por uma revista especializada em celebridades, nos moldes de "Caras", chefiada por Clayton Harding (um Jeff Bridges bem canastrão), mas não consegue dar uma bola dentro, chegando a contratar uma stripper no dia de levar a filha para o escritório. Também não parecia ter classe alguma, chegando a vomitar em convidados. Um contraste com sua educação feita em excelentes universidades.
Mesmo com tudo contra ele, ainda consegue uma promoção. E estamos falando de um homem que faz tantas besteiras que tem que implorar (literalmente) para não ser demitido e que só foi contratado por entrar numa das festas da revista de penetra.
O interesse romântico do protagonista é uma colega de trabalho chamada Alison Olsen, interpretada por Kirsten Dunst. Ela é a única em todo escritório que consegue o tolerar, mas ainda assim ele fica correndo atrás de uma famosinha (dessas que mal conseguem seus 15 minutos de fama) interpretada por Megan Fox. Nada na sua vida parece estar apontado para a direção certa.
Uma coisa, porém, eu não consigo entender. Estamos diante de um homem com doutorado, que é um lorde inglês por conta do pai além de ser filho de uma atriz de Hollywood. Ser parte daquele mundo de celebridades está praticamente em seu sangue, mas ainda assim ele faz de tudo para entrar pela porta dos fundos. Do pior jeito possível. Parece que ele odeia aquele universo e quer transformá-lo em uma piada, mesmo que para isso tenha se humilhar e degradar. Claro que estou apenas conjecturando, já que o filme nunca explica suas reais motivações.
O que o filme tem de melhor é Pegg. Apesar de não ter conseguido ainda nenhum grande filme em Hollywood, ele tem talento o suficiente durante todo o filme, mesmo que não seja bom. Mesmo Bridges, geralmente tão competente, ou qualquer outro dão alguma vida ao filme além dele. Se essa devia ser a versão masculina de O Diabo Veste Prada, os homens saem perdendo. E muito.
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