segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

OPERAÇÃO VALQUÍRIA – VALKYRIE


NOTA: 8.

Ao falar o nome do diretor Bryan Singer, é fácil associá-lo a filmes para adolescentes, meio em que ficou por cerca de 10 anos contando com dois X-men e o retorno do homem de aço aos cinemas. Para quebrar esse período de filmes de ação, dirigiu alguns dos episódios de House M.D., série que é produtor. Mas não se deixe enganar. Muito antes de agradar aos fãs de quadrinhos, Singer era diretor (muito competente) de filmes de suspense. São deles os ótimos Os Suspeitos e O Pupilo. O primeiro com o roteiro de Christopher McQuarrie, o mesmo desse Valkyrie, e mostra que não perdeu a forma.

Para ajudar, o filme conta com Tom Cruise, que vem tentando reconstruir sua carreira como ator capaz de chefiar filmes sérios e não como o maluco que pula em sofás. E ele não lidera um elenco qualquer, ao seu lado estão Tom Wilkinson, Terence Stamp (que ironicamente já tentou matar o próprio Superman), Kenneth Branagh e Bill Nighy. Um elenco de peso com uma atenção especial para Branagh. Apesar do tempo afastado da mídia desde a câmera de segredos de Harry Potter ele entrega o melhor personagem do longa. Um homem apaixonado pelo país que odeia ver o caminho que está tomando.

Esse afinal, é o grande desafio de todos os envolvidos pela operação do título. Todos são homens apaixonados pela Alemanha e não gostam do rumo que Hitler toma para o país. Stauffenberg (Cruise) se une a um grupo já formado que planeja tomar o poder das mãos do tirano ditador. Porém, para ele, não é suficiente. É preciso matar o próprio. É quando ele tem a idéia de usar uma operação de Hitler contra ele e acabar com a guerra por eles mesmos, recuperando assim a dignidade daquele povo. Ou como eles mesmos dizem, se falharem, pelo menos o mundo saberá que nem todos apoiavam o nazismo.

Desnecessário dizer que o golpe deles não funciona, já que a história nos ensinou isso, mas não pense que isso dilui o suspense do filme. É apreensivo ver a reação de cada um quando o golpe é efetivamente posto em prática. Parece que eles não esperavam que Stauffenberg fosse realmente colocar a bomba para matar Hitler. E quando esta explode, começa a luta contra o tempo para dominar os distritos chegando até Berlim, que significaria a vitória dos traidores. Tudo sempre aparado pelo medo de cada um deles, já que a falha significa a morte por alta traição.

Engraçado pensar que Hollywood que por muitos anos colocou os nazistas em muitos (e muitos mesmo) filmes como vilões agora mostrem um lado mais humanos deles. Como me disseram, os EUA estão desfazendo a fama do povo alemão como o mais odiado do mundo: primeiro elegendo Bush por dois mandados seguidos, agora fazendo filmes (no plural, Um Homem Bom, com Viggo Mortensen também estreou esse ano) que mostram que nem todos eram maus e a favor do nazismo. Será que virão mais por aí?

Singer entrega um suspense de primeira, mas The Man os Steel já está anunciado para 2011.

Um comentário:

  1. Eu vi e tb gostei!!!

    Só achei que poderia ter sido melhor desenvolvido nos 90 primeiros minutos, como no último ato do filme, que foi perfeito na minha opinião.

    Cruise tenta ganhar um óscar desde "Nascido em 4 de Julho"! (Mas a academia é preconceituosa com atores galãs... rs)

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