NOTA: 7.
- As coisas estão diferentes agora. Eu preciso proteger a única coisa que não consigo viver sem. Essa coisa é você.
Se você está lendo esta resenha e começa a ficar preocupado com a possibilidade de ler alguma coisa que estrague alguma surpresa do filme, pode ficar tranquilo. Não consigo imaginar nada que eu possa escrever que vá causar qualquer surpresa. Isso pelo simples fato de termos quase a mesma história contada pela terceira vez, alterando apenas o nome do vilão e acrescentando um desnecessário 3D que serve apenas para cansar os olhos.
Para não dizer que estamos na frente do mesmo filme, devo dizer que há uma mudança de tom em relação aos anteriores, dirigidos por Jon Favreau. Quem assume a direção é Shane Black, cuja carreira irregular tem roteiros de Máquina Mortífera, uma bobagem chamada Deu a louca nos monstros e pelo menos dois filmes ruins: Despertar de um pesadelo e O último grande herói. Na direção, tinha apenas Beijos e tiros, e chegou assumindo a franquia que já estava encaminhada e tentando mostrar estilo e mostrar uma marca. Só é uma pena que dificilmente os produtores deixem isso acontecer. Há uma narração característica e um humor diferenciado, mas pouco para realmente fazer a diferença.
O que ele consegue fazer de diferente mesmo é colocar um flashback no início do filme, que depois segue a velha fórmula de explosões, seguidas de mais explosões e efeitos especiais de primeira linha. O caos reina e o nosso herói aparece para limpar a sujeira e deixar o mundo mais seguro para todos. Os filmes de super-heróis estão começando a seguir uma tendência, e Shane Black acaba não deixando nenhuma de fora. O vilão da vez é Mandarim (Ben Kingsley). Um terrorista no melhor estilo Bin Laden que consegue ficar no ar de todas as emissoras de TV ao mesmo tempo para anunciar mais um ataque ao país ou realizar execuções ao vivo.
Há cenas de ação interessantes e muito bem filmadas, o que não é nenhuma surpresa. A Marvel, porém, uniu todos os heróis de Os Vingadores em um mesmo universo. Eles co-existem agora. E somos apresentados a uma história que envolve a possível destruição do país, na morte do presidente e outros males, e nenhum outro herói sequer aparece? A única aparição é mostrada nas cenas pós-créditos, mostrando que o universo Marvel tem sua própria realidade, onde as coisas acontecem sem explicação e personagens só aparecem (ou deixam de aparecer) quando é conveniente.
Além do novo rosto de Kingsley, temos ainda a presença de Rebecca Hall (com sua competência usual) e Guy Pearce. E aqui entra um fato interessante: normalmente, um filme sobre este herói, acaba sendo palco para a atuação de Robert Downey Jr., mas de alguma forma ele parece ter sido engolido pelo personagem. Em cena, ele é amplamente ofuscado pelas interessantes performances de Kingsley e Pearce. Ainda há o interesse pelo personagem, mas os coadjuvantes acabam roubando a cena.
Outro problema do filme, na minha opinião, é algo que aconteceu com o terceiro filme da franquia do Batman. Está certo que o Homem de Ferro é Tony Stark, mas o nome do filme não é Tony Stark. Quando vamos pro cinema pra assistir Homem de Ferro, acho justo presumir que vou ver o homem com a armadura em ação, e o que o filme mais oferece é Tony Stark. E, infelizmente, ele nem é o personagem mais interessante do filme. Serve de entretenimento, mas poderia ter ido além.
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