segunda-feira, 25 de março de 2013

UM DIVÃ PARA DOIS - HOPE SPRINGS


NOTA: 7.
- Eu estou realmente solitária. Estar com uma pessoa, quando não se está realmente com ela... Eu acho que posso ser menos solitária... sozinha.

O que atrai o espectador para ver este filme, é sem dúvida a chance de assistir Meryl Streep e Tommy Lee Jones juntos pela primeira vez. É uma escolha um tanto quanto inusitada e me pergunto de onde saiu essa ideia de colocá-los juntos aqui. Streep não seria nenhuma surpresa em um filme como esse, mas Jones realmente é uma surpresa. Ele interpreta um personagem vulnerável e com problemas de confiança. Não tem intenção nenhuma em entrar em contato com seus sentimentos, se é que tem algum. Jones é um excelente ator, mas pela descrição acima você diria que esse é um personagem que ele interpretaria?
É interessante também que a indústria se vire para mostrar romance para pessoas mais velhas do que costumamos ver em filmes, mas a verdade é que este filme é modesto demais para ambicionar disputar bilheterias com blockbusters e clichês do gênero (e de outros gêneros). David Frankel (o diretor) não consegue sequer mostrar a mesma energia que demonstrou em O diabo veste Prada (também com Streep). Ele não consegue evitar que o filme falte ritmo ou mesmo que não tenha mudanças de humor.
Aqui, o que vemos é um casal cujo casamento deixou de existir há muito tempo. Eles parecem estar morando juntos na mesma casa, mas não no mesmo quarto, por mera força do hábito. O dia deles começa de manhã onde ele passa o tempo todo lendo o jornal até ir para o trabalho. Quando volta de noite, assiste jogos de golfe até a hora de dormir. Já fazem muitos anos que ambos sequer deitam na mesma cama. E eu nem sabia que existiam tantos jogos de golfe assim durante a semana.
Kay (Streep, com um personagem cujo nome parece brincar com o do personagem de Jones em MIB) finalmente cansa de levar essa vida separada de seu marido. Ela se pergunta onde está o homem com quem casou, e na tentativa de recuperá-lo, ela inscreve os dois para uma terapia intensiva de casal em Hope Springs (lugar que dá o nome original do filme), onde passarão todos os dias se consultando com Dr. Feld (Steve Carrel).
O filme não surpreende enquanto o casal está nas sessões de terapia. Pra dizer verdade, nem durante a terapia ou em qualquer outra cena. O roteiro é escrito extremamente dentro do que se espera dele. Tanto na progressão quanto nos problemas que o casal passa. Algumas risadas durante o percurso e uma dose de fracasso. 
Então o que resta do filme é realmente Streep e Jones. Duvido que haja muito que se possa falar ainda dela. Ela domina cada cena e parece não errar nunca o tom de suas cenas ou dos filmes em geral. É uma atriz única nos dias de hoje. Mas o motivo maior para assistir este filme pode ser Jones. O filme parece existir para mostrar habilidades dele que não sabíamos que existia. Não me surpreende como ele é um bom ator, mas sim como ele mostra uma versatilidade que nunca parece ter tido vontade de mostrar antes. Jones não parece ser o tipo de ator preocupado em agradar plateias, e aqui é um prato cheio como ele pode, aparentemente, agradar em qualquer tipo de filme.

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