quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

FLASHDANCE


NOTA: 4.
- Quando você desiste do seu sonho, você morre.

Este é um filme que é lembrado até hoje (recentemente, a música "What a feeling" foi remixada), e assistindo a obra devo dizer que não consigo imaginar o porquê. Ele quer ser um filme sobre dança, amor e ambição. Mais ou menos o que Os embalos de sábado à noite conseguiu fazer alguns anos antes, e um dos seus principais problemas é que tenta imitar tanto o filme com John Travolta que esquece de tentar nos fazer conhecer, e nos importar, com a heroína da história.
O filme se passa em Pittsburgh, onde acompanhamos Alex (Jennifer Beals) que tem um sonho distante de ser uma dançarina. Depois de seu trabalho diurno, ela dança numa espécie de clube de strip-tease mas do estranho tipo que as mulheres dançam de maneira sexy sem tirar a roupa. Todo o tempo vago que tem ela passa treinando dança numa espécie de depósito enorme que ela usa de estúdio de dança. É sempre simpática com todo mundo e nunca parece sequer cansada. Tão inverossímil é essa personagem que sua principal ocupação é como soldadora em uma indústria.
Vejamos o bar onde ela trabalha. Todo ele é montado para ser um bar sem sofisticação nenhum, com paredes sem adornos, mesas onde pessoas ordinárias (a maioria trabalha com ela) tomam cervejas e tudo que pode existir de mais comum possível. Porém, no meio do bar há um enorme palco com show de luzes, água que cai do teto e tudo o mais que possa imaginar para um show em Las Vegas ou coisa do gênero. Todo o palco está completamente fora de sincronia com o resto do bar, tanto quanto Beals está fora de sincronia com a indústria e a pose de soldadora.
Além disso, ela tem uma senhora que serve de mentora, um cão como único amigo, uma irmã que patina no gelo e um pai que reclama das duas o tempo inteiro que aparece. Pra completar, ela começa a ter um caso com seu chefe. O roteiro apresenta tantas e tantas coisas para ela, que esquece de deixar a personagem desenvolver um personagem, e não ser apenas um apanhado de coisas porque isso simplesmente está escrito no roteiro.
Jennifer Beals é talentosa, bonita e tenta dar ao filme uma protagonista que prenda a plateia. Para seu azar, é preciso mais que talento e beleza para conseguir isso. Ela precisaria também de um bom roteiro e uma direção decente para conseguir isso. Ela poderia ter feito maior sucesso com o passar dos anos, pois não acho que falte algo a ela para ter conseguido isso. A única coisa que parece ter lhe faltado é uma melhor escolha de roteiros durante os anos.
O filme é um exemplo perfeito de um filme que é mais conhecido pelo seu impacto na cultura pop do que como um filme que valha a pena ser visto. Toda a história é costurada por incontáveis cenas de dança, porque parece existir somente para isso. E é também mais um exemplo que (o produtor) Jerry Bruckheimer sempre se preocupou mais em fazer filmes que tenham impacto nas telas mesmo que sem história alguma. Como o resto da cinematografia dele, é um filme que funcionava como mero escapismo. Hoje, serve para matar curiosidade.

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