sexta-feira, 20 de abril de 2012

DIÁRIO DE UM JORNALISTA BÊBADO - THE RUM DIARY



NOTA: 6.
- Oscar Wilde disse: Os homens sabem o preço de tudo, e o valor de nada.

Este filme é baseado em um livro escrito por Hunter S. Thompson. Colocando o nome do autor no Wikipedia, descobrimos que ele era filho de alcoólatras, cujo pai morreu quando tinha apenas 15. Cresceu um adolescente problemático que foi preso por roubo, foi despedido da Time Magazine por insubordinação e ainda foi demitido de outro jornal do interior de Nova York antes de tentar a vida em inúmeros jornais da América Central e do sul.
Agora já nas curiosidades do filme, temos o fato que Johnny Depp encontrou um manuscrito do livro escrito por Hunter em 1970 na sua cabana. Depois de ler o gostar do livro, ele fez com que este fosse publicado. E agora produz a versão cinematográfica, chamando o diretor e roteirista Bruce Robinson, que já havia trabalhado com o tema do alcoolismo anteriormente e faz a vida de Hunter parecer de certa forma encantadora.
Depois de aparecer em um estado alcoólico assustador em um quarto que muito lembra Se beber não case, Kemp (alter ego de Hunter, interpretado pelo próprio Depp) segue para o jornal em onde vai começar a trabalhar. Ele não tira os óculos escuros e o editor do jornal sabe que está tentando esconder os olhos vermelhos da ressaca, mas como ele é o único candidato para a vaga é contratado mesmo assim.
Ele se aproxima de dois funcionários do jornal, Sala (Michael Rispoli), fotógrafo veterano e Moburg (Giovanni Ribisi), um jornalista que já foi demitido há um tempo mas que continua frequentando o jornal. Talvez ele ainda frequente por gostar do ambiente, ou talvez seja porque já fritou seu cérebro com álcool e diferentes tipos de drogas. Outro que se aproxima de Kemp é Sanderson (Aaron Eckhart), um homem que fez uma fortuna em Porto Rico através de negócios obscuros. 
Kemp é um repórter que parece ter problemas em entregar suas matérias dentro do prazo. O que deve ser horrível para qualquer jornal, pior ainda para um lugar onde, segundo o filme mostra, ele parece ser o único repórter. Talvez por isso o mantenham. Já Sanderson, parece o querer por perto para que fale bem dele e afastar sua má reputação. Ele tenta comprar Kemp com um belo carro e conforto, apesar de achar que poderia ter comprado com bem menos que isso.
Depp parece ter uma atração por Thompson, personagem que sou capaz de jurar que ele já interpretou em Medo e delírio, ao lado de Benicio del Toro. Apesar de seu problema com bebida, é o tipo de pessoa que parece ser boa companhia. Depp faz de seu hunter um sujeito que fala rapidamente através de sussurros, como se estivesse com uma constante falta de fôlego. Apesar da quantidade que consome, ele nunca parece estar bêbado. Ou talvez seja o seu estado natural estar sempre bêbado que apenas estranharíamos se ele ficasse sóbrio.
O filme implica que há uma fraude em Porto Rico com dinheiro americano para beneficiar algumas pessoas que ficarão muito ricas, e que é Kemp que deve lutar para levar o caso ao público, mas ele está bêbado demais (ou drogado demais algumas vezes) para poder conseguir fazer alguma coisa. Sem definir o foco, o filme falha um pouco ao mostrar o lado alcoólatra do repórter e mais ainda ao mostrar essa tal cruzada contra a corrupção que nunca vemos acontecer. Ao final do filme, somos informados que ele faz com que os bastardos paguem pelos seus crimes. É uma pena que não vejamos isso em nenhuma parte do filme, que só o vejamos bêbado e realizando nada.

2 comentários:

  1. Ainda não li o livro, mas gostei do filme e acho que souberam mostra muito bem essa dilema entre publicar uma matéria ou ficar ao lado de um empresário, também fiz um post no meu blog http://aboutbooksandmore.blogspot.com.br/2017/02/diario-de-um-jornalista-bebado.html

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