quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O HOMEM QUE MUDOU O JOGO - MONEYBALL


NOTA: 10.
- Eu odeio perder. Eu odeio perder ainda mais do que eu quero ganhar.

Temos aqui um ótimo filme sobre um esporte, baseball, que eu não acompanho ou sequer entendo as regras. O que aprendi agora é que um time com a lista salarial mais baixa entre todos os outros times, conseguiu uma sequência de 20 vitórias seguidas na liga profissional. O mesmo time que antes havia perdido 11 partidas seguidas. Os resultados não vieram do treinador ou de discursos inspirados dentro de um vestiário, mas sim de um executivo responsável pela compra e venda de jogadores.
E esse homem é Billy Beane (Brad Pitt), o executivo de um dos menores times da liga. Ele conseguiu montar um time que perdeu na final para um outro com uma folha salarial muito maior que a que ele tem. Assim como acontece com quase todos os esportes, a competição é uma coisa injusta. Tanto é que ele perde não apenas o jogo, mas perde também seus melhores jogadores para times com orçamentos mais altos.Basicamente: tem os melhores jogadores os times mais ricos. E ele acba de ser informado que mesmo com seu bom resultado no ano anterior, ele não vai ter mais dinheiro para investir.
Ele é um homem inteligente, e sabe que se continuar assim ele não vai conseguir nenhum resultado melhor. Ele odeia tanto perder, que resolve investir nas teorias de Peter Brand (Jonah Hill), um nerd recém formado em Yale que trabalha com números e não com a habilidade dos jogadores. Cada jogador produz números, e ao invés de procurarem um único jogador que possa produzir os números que eles precisam para vencerem, eles procuram 2 ou 3 jogadores pra mesma função que possam realizar os mesmos números e com salários muito menores.
A dupla protagonista está ótima. Jonah Hill tem uma atuação fascinante sobre o menino tímido que nunca jogou baseball na vida mas analisou 20 anos de estatísticas dos jogos para montar a base de um time vencedor. Não vencendo com uma grande estrela, mas vencendo com um conjunto. Um bom contraponto em relação ao pesonagem de Pitt. 
Já o personagem de Pitt é tão enérgico e tão focado nas vitórias que pretende alcançar que sequer consegue assistir o jogo. Seja ao vivo, pela TV ou pelo rádio. Ele se isola em algum lugar onde liga algo que possa lhe dizer o resultado e assim que descobre desliga em seguida. Ele sabe que se tiver uma temporada fracassada, somente ele será despedido. Ele ouve os especialistas no assunto o culpando quando o time está perdendo e exaltando o treinador quando o time consegue a sequência de vitórias, mesmo que a sequência tenha vindo por causa das atitudes que ele toma. E mesmo assim ele vai contra todos (incluindo o treinador Art Howe  - Philip Seymour Hoffman - que queria um contrato mais longo e melhores jogadores). O que ele realmente acredita é que só vai ter valido a pena se ele tiver conseguido mudar as regras do jogo.
E além de ser um filme sobre personagens, esse é também um filme sobre negócios. Não importa como os jogadores se comportam ou como os jogos transcorrem, o que importa são os números traçados pelo empresário e seu assistente que mexe com números. Mas o que isso tudo importa? Para Pitt, vencer as 20 partidas não importa nada a menos que você vença a última. E é essa última que ele busca. Eu sabia do que o filme se tratava, mas não esperava que ele pudesse ser tão profundo e inteligente como ele é. E esperava menos ainda que ele fosse me emocionar tanto sobre um esporte desinteressante pra mim. Acho que devo isso ao trabalho brilhante do diretor Benett Miller (De Capote). Muito bem jogado, Sr. Miller.

Um comentário:

  1. MUITO BOM, BEM EXPLICATIVO E O FILME É ÓTIMO E BILLY É UM VERDADEIRO EMPREENDEDOR.

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