domingo, 26 de fevereiro de 2012

A MULHER DE PRETO - THE WOMAN IN BLACK


NOTA: 8.
- Eu acredito que mesmo a mente mais racional possa pregar truques no escuro.

Desde 1922 quando um jovem entrou no castelo de Orlok em Nosferatu, o cinema tem criado climas amedrontadores em estranhas casas. Começa sempre com um o herói adentrando em uma cidade onde a tal casa fica e todo o povoado aterrorizado com aquele lugar. Aqui, o jovem é Arthur Kipps (Daniel Radcliffe, o próprio Harry Potter), que deve fazer um inventário em uma casa sombria onde somente se chega por uma estreita estrada que fica coberta pelo mar quando a maré sobe. E ninguém naquele povoado quer que ele faça o seu trabalho.
Para azar das pessoas, Kipps está com problemas financeiros e esse trabalho é sua última chance de se manter na firma. Viúvo e com um filho pequeno para criar, ele só vai voltar para Londres quando tiver terminado o seu trabalho. Mesmo que ele fique nessa casa onde se diz que o espírito de uma mulher usando preto fique rondando por lá lamentando seu filho morto cujo corpo nunca foi encontrado. Não só isso, eles dizem que a mulher é culpada pela morte das crianças do local, como se fosse algum tipo de vingança. Não é por acaso que o hotel lhe recusa um quarto e todos lhe dizem para pegar o próximo trem de volta.
Assim como acontece nos filmes de Drácula (lembrando ainda que Nosferatu é uma versão dele), até mesmo o motorista da carruagem se recusa a levar o jovem para a casa da mulher, somente depois de o rapaz lhe oferecer uma quantia alta é que ele o leva. "Ninguém o levaria lá", ele diz. Ninguém com exceção de Sam Daily (Ciarán Hinds), que gosta do rapaz e não consegue acreditar nos mitos que as pessoas criam em cima da tal mulher de preto.
A casa em si é um personagem à parte da produção. Muito bem produzida com objetos, quadros e muitas outras coisas que a deixam com um aspecto ameaçador. Os brinquedos parecem mais antigos objetos amaldiçoados de vidas passadas e que ninguém teve coragem de jogar fora. Tudo acompanhado por um ótimo trabalho de som e uma iluminação eficaz que faz com que a casa fique muito mais perturbadora do que parece normalmente.
Daniel Radcliffe fez pouca coisa fora a série de Harry Potter, que o ocupou por cerca de uma década. Agora aos 22 anos, ele parece pronto para alçar novos voos em outros personagens. O problema é que que ele ainda não aparenta a idade que tem, e sim ainda parece um garoto de colégio ao invés de alguém formado na faculdade e com um filho de 4 anos. Talvez o filme tivesse ganho um pouco mais com um ator que parecesse um pouco mais velho ou mesmo que tivesse mais presença na tela, coisa que ainda lhe falta.
Para a sorte dele, o filme não se trata de seu personagem. O filme funciona porque o diretor (James Watkins) não estuda os personagens, eles só servem para mostrar a verdadeira estrela do filme: a casa assombrada. Todo o resto existe apenas para criar o clima, sejam as crianças sombrias, a mulher louca ou mesmo a mulher de preto. E tudo serve ao seu propósito muito bem. Este filme cria um clima assustador em cima de uma casa como eu não sentia há um bom tempo.

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