terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

MISSÃO IMPOSSÍVEL 3 - MISSION IMPOSSIBLE III





NOTA: 6,5.
- Você me pendurou pelo lado de fora do avião. Você pode dizer muito do caráter da pessoa pelo jeito que ela trata alguém que não precisa tratar bem.

O terceiro filme da série é uma espécie de retrocesso para o herói Ethan Hunt interpretado por Tom Cruise. A série não estabeleceu nenhum padrão fixo para os filmes. O primeiro era um filme com toques de suspense, já o segundo era um filme de ação desenfreada. O terceiro segue uma linha diferente, mas que é muito mais sombria em seu tom e, principalmente, muito menos divertida. Em um determinado, ele quase joga o vilão pra fora de um avião. Esse não é o comportamento do herói que vimos nos filmes anteriores.
Uma coisa não muda nos três filmes: Ethan Hunt é uma espécie de operativo que não questiona ordens. Nas duas primeiras vezes, ele arriscou sua vida e dos seus comandado por motivos que sequer entendia. E nas duas vezes, quase que tudo deu muito errado por causa disso. Aqui ele tem que impedir que Owen Davian (Philip Seymour Hoffman) coloque as mãos num objeto chamado "pé de coelho", que nunca sabemos o que é exatamente. Afinal, essa é a função do MacGuffin.
Então podemos nos perguntar: por que é que Ethan arrisca a vida de tantas pessoas se sequer sabe o que está por trás da história toda? Porque assim como os filmes predecessores da série, o objetivo principal da série é mostrar cenas alucinantes de ação. Nada além disso. Qualquer explicação poderia atrasar o ritmo do filme. Funcionou antes e funciona um pouco aqui. Dirigido por J. J. Abrams, o filme parece impressionar pelas cenas, mas falha como diversão descompromissada que deveria ser.
Há ainda um outro componente que me incomodou neste filme. Nos filmes anteriores, Ethan não parecia um agente americano a serviço do governo dos EUA. Ele parecia de uma força tarefa internacional. Esse sentimento se esvai aqui. Como seu superior lhe informa, ele vai "sangrar na bandeira para que as listras continuem vermelhas". E assim ele vai pro Vaticano, Xangai e outros lugares mas sem parecer ter um motivo real para ir pra esses lugares. Parece apenas ser porque os anteriores tinham diferentes locações pelo mundo ou mesmo por causa das cenas que poderiam realizar nesses lugares.
Agora, esse tem uma vantagem em cima dos outros: a história realmente faz sentido. Ao invés de incoerência ou mesmo desculpas para cenas de ação, a terceira parte tem um roteiro coeso e fechado com início, meio e fim. Podemos nos questionar se ele não deveria contar para sua esposa (Michelle Monaghan) a natureza da sua profissão (ela não teria direito de saber onde estava se enfiando?) ou mesmo se era justo ele se casar com ela, mas tais respostas não influenciariam muito nos filmes.
Talvez se tivesse ainda um final mais empolgante eu poderia ter gostado mais do filme, mas uma luta mal coreografada que termina com atropelamento não é lá um ponto alte de nenhum filme que se preze. Abrams é realmente um mestre em cenas de ação como já provou em outros filmes, mas aqui o problema vai além das cenas de ação. É muita ação bem coreografada, mas pouco excitação pelo filme.

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