terça-feira, 11 de outubro de 2011

POSSUÍDOS - FALLEN


NOTA: 7.
- Existem momentos que marcam sua vida. Momentos em que percebe que nada vai ser a mesma coisa de novo e sua vida se divide em duas partes: antes e depois daquele momento. Algumas vezes, você pode sentir esse momento chegando. Esse é o teste. Em tempos como esse, pessoas fortes continuam avançando não importa o que vão encontrar.

Em certa parte do filme, o personagem interpretado por Denzel Washington discursa sobre a força policial. John Hobbes (talvez inspirado em Thomas Hobbes, que dizia que todos os homens eram maus) diz que 99,5% do tempo, os policiais, mesmo os corruptos, estão fazendo boas ações. Por isso, eles são os escolhidos. Porque fazem mais coisas boas que qualquer outra pessoa em qualquer outra profissão. Talvez essa seja a razão pela qual acredita que deva combater o mal. Literalmente.
Na noite da execução de um serial killer que foi capturado por ele, Edgar Reese (Elias Koteas, em uma pequena mas ótima participação) conversa com ele em uma estranha língua e segue para a câmara de gás cantando "Time is on my side", dos Rolling Stones. Pouco depois da sua execução, vemos um estranho efeito que mostra o que vamos descobrir depois ser o ser maligno abandonando o corpo do assassino. Somente em Hollywood um demônio pode andar tão livremente entre nós. E só em Hollywood sua música preferida é dos Rolling Stones.
Assim o filme abre a possibilidade do sobrenatural enquanto finca a vida de Hobbes todo dentro do mundo real. Seja em casa onde mora com seu irmão e sobrinho pequeno, ou no trabalho onde divide seu tempo com seu parceiro Jonesy (John Goodman) e seu superior Stanton (Donald Sutherland), um desses personagens enigmáticos que parecem saber mais do que deveriam.
Então esse mundo real estabelecido na vida do detetive começa a ser invadido por acontecimentos estranhos. Um homem que lhe chamou a atenção no dia anterior aparece morto em uma banheira. Outros crimes cometidos pelo mesmo método de Reese começam a aparecer novamente e o laudo de um linguístico diz que a estranha língua que Reese disse para Hobbes era Aramaico, uma linguagem morta que não tem como ele ter aprendido.
Uma estranha trama começa a se formar contra Hobbes. As tais coincidências vão se acumulando até que suas investigações o levam a filha de um policial que se suicidou tempos atrás e um nome: Azazel, o tal demônio que nós descobrimos antes dele (temos a vantagem de saber que ele está em um filme de terror enquanto ele próprio não sabe). O que Hobbes espera não é limpar seu nome ou sair ileso. Ele sabe que cabe a ele derrotar o tal demônio.
O filme apresenta uma história muito interessante, mas que não é conduzida pelo diretor Gregory Hoblit com brilhantismo suficiente para ser um filme melhor do que realmente é. Na verdade, a ideia é melhor que a sua execução, e depois de desenvolver uma trama interessante, o filme vai caindo de produção até chegar a sua definição mecânica e um pouco previsível. Um filme até interessante, mas muito burocrático para o meu gosto.

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