quarta-feira, 7 de setembro de 2011

SECRETARIAT - UMA HISTÓRIA IMPOSSÍVEL


NOTA: 9.
- Isso não é sobre voltar. Isso é sobre a vida estar na sua frente e você correr para alcançá-la. Porque você não sabe quão longe pode ir a menos que comece a correr.

Apesar de termos Diane Lane à frente do elenco, a verdadeira estrela do filme é o cavalo, ou os quatro ou cinco já que depende da cena. A única razão por ter humanos no elenco, é a necessidade da platéia de ouvir diálogos. De qualquer forma, o filme é um entretenimento de primeiro e bem emocionante,
Lane é Penny Chenery, uma dona de casa aparentemente feliz e mãe de três filhos. Aparentemente, porque depois do falecimento da sua mãe e com seu pai (interpretado por um Scottt Glenn quase sem falas) ficando cada vez mais doente, cabe a ela cuidar da fazenda da família. Fazenda que um dia valeu muito dinheiro e que no momento corre o risco cada vez maior de ir à falência.
Ela não se interessa por quanto dinheiro a propriedade pode lhe render, o que realmente lhe interessa é que aquilo é o legado que seu família lhe deixou, e que ela pretende fazer a mesma coisa deixando para a sua. Para isso, ela planeja cruzar sua melhor égua com outro de um antigo amigo de seu pai para ter um cavalo vencedor que possa elevar o valor da fazenda. Sua cartada final, é vender parte dos direitos sobre as crias apostando que Secretariat pode vencer a tríplice coroa, fato que não acontece há muitos anos.
A pegadinha é que a última corrida é muito mais longa que as anteriores. Geralmente, os cavalos que vencem as primeiras são os mais rápidos, e os mais rápidos não conseguem correr grandes distâncias com a mesma destreza. Para Penny, ou Secretariat vence, ou é o fim de tudo. A aposta é tão alta que ela deixa sua família quase de lado. Mas tem algo mais por trás disso: quando ela se tornou dona de casa, ela deixou tudo para trás. Fazer isso é sua chance de realizar algo da sua vida novamente. O único que fica sempre a seu lado, sem nenhum interesse romântico, é Lucien Laurin (John Malkovich), um treinador de cavalos que acumula mais fracassos do que gostaria.
O diretor do filme é Randall Wallace, conhecido pelo bom trabalho de roteiro em Coração valente (dirigido por Mel Gibson), pelo péssimo trabalho de roteiro em Pearl Harbor (dirigido por Michael Bay) até finalmente chegar ao cargo de direção, com trabalhos pífios como O homem da máscara de ferro e Fomos heróis. Parece que finalmente ele encontra o tom certo para fazer um bom filme, começando pelo fato de deixar de lado toda sua falta de sutileza que imprimiu em seus filmes anteriores.
Esse tipo de filme é o prato preferido pelos executivos de Hollywood: uma história comovente, que trata sobre a redenção de várias pessoas e melhor ainda: é uma história real. Pelo menos  não cai no lugar comum que os filmes desse tipo costumam ficar. É sim uma história emocionante. Mesmo sabendo que ele vai vencer a corrida final (não é óbvio em filmes desse tipo?), fica difícil não torcer por ele, e por todas as pessoas responsáveis pela sua trajetória. Me surpreendeu bastante.

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