segunda-feira, 13 de julho de 2009

GRAN TORINO


NOTA: 9,5.
Alguns diretores, conforme envelhecem, vão perdendo as melhores qualidades que os tornaram conhecidos. Spielberg nunca mais lançou um filmaço como costumava fazer e parece se contentar em lançar filmes agradáveis e produzir blockbusters. Copolla não consegue passar perto dos sucessos de seus dois primeiros The Godfather ou mesmo, em menor escala, de um Drácula. Lucas não conseguiu, nem voltando ao universo de Star Wars, o que tinha alcançado com a primeira trilogia. E mesmo a dupla unida, novamente, para um novo Indiana Jones não conseguiu a vitalidade dos filmes anteriores. Felizmente isso não afeta todos os diretores e abençoado seja Clint Eastwood.
O filme começa com o enterro da mulher de Walt Kowalski (Eastwood), um veterano da guerra da Coréia que hoje tem orientais como vizinhos, e espalhados pelo bairro inteiro, e fica indignado com o que a juventude de hoje se tornou. Um dia ele expulsa de sua varanda, membros de uma gangue que pretendem pegar Thao, garoto introvertido que mora na casa ao lado. A atitude é interpretada como um ato de heroísmo pela vizinhança e, mesmo a contragosto, Kowalski se torna um herói na vizinhança.
Criando amizade com Thao e sua irmã, Sue, Kowalski vê a chance de se tornar, no final da sua vida, um exemplo que nunca foi para seus próprios filhos. Seja ajudando o garoto a conseguir emprego ou mesmo tentando livrar os dois dos perigos das gangues.
Se lendo essa resenha você pensa que estou falando de um Dirty Harry aposentado, está mais ou menos certo. Não consigo imaginar qualquer outro ator fazendo esse papel. Ele é mau, mal humorado e diz as coisas mais racistas com uma naturalidade que impressiona. O problema é que com seus atos de heroísmos, Kowalski não traz paz, ele traz guerra.
Eastwood mostra um retrato de uma juventude que cresce sem modelos para seguir. E tenta ele mesmo, mostrado no seu personagem, mostrar a diferença que um bom modelo pode fazer na vida de um jovem que ainda está tentando descobrir seu espaço no mundo. Mas quando a violência gera mais violência, como acabar com a guerra?
Eastwood não entrega apenas um filme com uma direção segura e irretocável. Em 2004 ele nos tinha presenteado com um ótimo personagem em Menina de ouro e aqui ele vai ainda além. Perfeito tanto na frente quanto atrás das câmeras. Nada mal para um homem de 79 anos de idade. Longa vida a Eastwood.

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