sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

MACHETE


NOTA: 3.
- Machete improvisa.

Os filmes de ação nunca primaram muito pelo talento de seus protagonistas. O sucesso do governador do futuro e de Sly são os maiores exemplos disso. Por isso não chega a ser uma grande surpresa ver Danny Trejo, aos 66 anos de idade, chegar a esse posto. Principalmente se levarmos em conta que se trata de filme tosqueira de Robert Rodriguez.
Alguns defensores do cineasta podem até mesmo reclamar do uso da palavra tosqueira associado ao seu nome, mas a sua filmografia é incontestável. Machete é apenas uma última afirmação junto com Planeta terror de exacerbar sua veia tosca.
Machete (Trejo) é um Federale mexicano que tenta prender um perigoso bandido chamado Torrez  (Steven Seagal) que tem toda a polícia mexicana e um senador (Robert De Niro) na sua folha de pagamento. Ele é deixado quase morto e abandona a polícia, fazendo bicos na fronteira dos EUA junto com tantos outros Mexicanos.
Até que um empresário, Booth (Jeff Fahey), o contrata para matar o senador. Acontece que tudo se trata de uma armação para elevar a popularidade do senador, e Machete acaba baleado e tentando descobrir a trama toda por trás disso. Isso com a ajuda de uma policial da imigração, Sartana (Jessica Alba) e uma mulher chamada Luz (Michelle Rodriguez, que não tem parentesco com o diretor) que ajuda os imigrantes.
Tentando fazer o filme ficar mais interessante, ele põe em xeque toda a questão da imigração ilegal e uma rede de ajuda aos imigrantes com um nome muito original: "A Rede". E por falar em original, a líder desse movimento é conhecida She, e pelo jeito que as pessoas pronunciam no filme é uma homenagem (ruim) á Che Guevara. Tudo recheado de muitas (e muitas) mortes, decapitações e multilações e daí por diante.
Se você se pergunta porque Trejo demorou tanto para se tornar protagonista, a resposta é rapidamente obtida. A falta de talento e de carisma chegam a assustar. Quando ele abre a boca a situação só piora. Ele parece uma versão mexicana ruim do Hulk, que balbucia palavras monossilábicas tentando formar frases como "Machete don't text" e Machete improvise". Um dos piores heróis que já vi no cinema.
E nem é a pior coisa do filme. Steven Seagal é ruim como protagonista de seus filmes, mas como vilão a coisa chega ao limite máximo da canastrice. Sua cena final é algo tão ruim que merece um prêmio. O único papel acertado é de Lindsay Lohan num papel quase auto biográfico. Ela faz a filha de Booth, uma adolescente mimada, rica, viciada que apenas se preocupa com ela.
Agora há os que dizem que o importante é ação, certo? Então isso não falta aqui. O filme é um festival de sangue que rapidamente fica cansativo. Já se perguntou por que no desenho dos Simpsons, a série que eles assistem de gato e rato dura apenas 30 segundos? Porque o excesso torna tudo muito cansativo de assistir.
E o problema não é só esse. As cenas de ação são das piores da carreira de Rodriguez. Elas são mal filmadas, sem dinamismo e sem imaginação. Na verdade, a palavra chave do filme é sem imaginação. Tão absurdo, que ele chega a praticamente copiar uma cena de A balada do pistoleiro
A história não ajuda o filme. Rodriguez mostra porque nunca foi um cineasta de primeiro escalão. Ele mal consegue amarrar uma história de forma satisfatória. Em uma parte, para poder seguir adiante com a trama, descobrimos que o irmão de Machete é um padre que filma as confissões que Booth faz em sua igreja. Triste.
 O final só complementa os problemas do filme. Tudo termina numa batalha confusa e pouco emocionante entre americanos, mexicanos, enfermeiras safadas e uma freira. Fica uma mistura estranha de comédia pastelão e filme de ação. E se espera que as mulheres gostosas façam o filme valer a pena, também vai se arrepender. As cenas com elas são tão mal filmadas quanto as de ação, e ao invés de sensuais ficam toscas.
O único alívio do filme é a interpretação de De Niro, que está impagável e faz milagres com a falta de um roteiro decente. 
Pra quem gosta de muito sangue e tosqueira é um prato cheio. Quem quiser qualquer coisa além disso vai se decepcionar.

4 comentários:

  1. Concordo total contigo, esse filme é muito fraco, mas não acho Rodrigues tão fraco, A Balada do Pistoleiro e Sin City, especialmente, são ótimos filmes...
    Abraço

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  2. Eu acho que é um cineasta de segundo escalão.

    Deveria ser diretor de filme B.

    A balada do pistoleiro tem muito tempo que não assisto, estava até pensando em rever, mas não gostei nada de Sin City.

    Abraços.

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  3. Hahahahaha. Concordo com voce em gênero número e grau.
    Este filme é a pior bomba que já assisti. O Ator principal é horrível e totalmente desprovido de talento, um véio decrépito que mal consegue se manter em pé, mas mesmo assim, bate em todo mundo e pega todas as mocinhas do filme. O filme é interessante de assistir apenas para se verificar a que ponto pode chegar uma diarréia mental vinda de um diretor como Robert Rodriguez.

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