terça-feira, 11 de maio de 2010

SHERLOCK HOLMES


NOTA: 4.
"Eu não estou reclamando. Como posso reclamar? Quando foi que reclamei da sua prática de violino às 3 da manhã? Ou sua bagunça? Ou sua falta de higiene? Ou que você pega minhas roupas?" Watson

Se não fosse tão dramático, eu diria que Sherlock Holmes está morto. O personagem é um dos que mais foram interpretados no cinema e por mais de uma dezena de atores diferentes. Claro que como em qualquer adaptação o personagem se adequa à época que está sendo feito, mas sempre mantinha suas principais qualidades intactas. Mantinha. Holmes era um pensador de primeira e de elegância impecável, mas aqui ele encontra seu pior inimigo: o diretor Guy Ritchie.
Claro que não foi uma escolha feliz. Em toda a sua filmografia não há um personagem inteligente. Não é isso que interessa o diretor. O que o interessa é ter personagens cools. Desconfio que ele sequer saberia o que fazer com um personagem inteligente. Assim, Holmes é rebaixado a um sujeito relaxado, sujo e grosseiro que resolve seus casos com os punhos e não com o cérebro. Entre um caso e outro, nos livros, ele entra num período de estudo, no filme ele atira em paredes.
Uma tentativa frustrada de mostrá-lo como um pensador é usar seus conhecimentos nas inúmeras lutas. Primeiro a cena passa em câmera lenta com a descrição de como ele nocauteará o vilão, depois a cena se repete com a execução. Não parece interessante escrito aqui e o resultado é ainda pior nas telas. Se posso fazer algum comentário positivo sobre o diretor é sobre a escolha do visual do filme, que fica muito interessante, e uma certa melhora no resultado final que não fica tão cortado como ele costuma fazer normalmente. E só.
O filme já começa com lutas que resultam na prisão de Blackwood e posteriormente em seu enforcamento. Alguns dias depois, Blackwood parece se levantar dos mortos, e Holmes deve novamente solucionar o caso, que consiste em uma conspiração diabólica tão pouco interessante que no máximo serve de pano de fundo para as cenas de lutas (sei que parece repetitivo, mas é que são muitas lutas mesmo) que usam e abusam de efeitos especiais.
O que há de bom no filme, é a escolha dos atores. Jude Law como Watson é o par perfeito para o Holmes de Robert Downey Jr. Os dois, apesar de descaracterizarem seus respectivos personagens, estão ótimos em seus papéis. Só não fica perfeito pelo acréscimo de Rachel McAdams no papel de Irene Adler. Não que ela esteja ruim em seu papel, é só que seu personagem foi claramente posto na trama para ter um interesse romântico para Holmes. O resultado parece forçado demais.
Apesar de tudo, o filme estreou nas férias escolares e chegou a bater recorde de bilheteria em estréia. Com o resultado, financeiro obviamente, Ritchie já planeja o segundo prego no caixão do detetive com estréia prevista para 2011. Provavelmente para o terror de Sir Arthur Conan Doyle.

8 comentários:

  1. eu ameeei esse filme...daria 9 =o

    ps: sou docce_sarcasmo com nome mudado hrhehe

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  2. Realmente é questão de gosto.
    rs

    Eu percebi que era você, só que não consigo postar comentários no seu blog.
    Não sei porque, não aparece a caixa para escrever.

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  3. Talvez a intenção do diretor tenha sido essa...Homes de Doyle, é um sabio velho, como vc disse, mas, se claro o personagem não evoluir num outro filme..vc estara correto, fora essa pesonalidade descotrolado de holmes.assistir o filme foi como ler um dos livros..e olha q li varios.. por isso minha fé é q seja essa a intenção do autor..moldar o personagem.

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  4. Você tem mais fé do que eu.
    Um personagem como Holmes não tem vez nos filmes de Ritchie.
    Acredito que daqui só vai pra pior.

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  5. "assistir o filme foi como ler um dos livros..e olha q li varios.."Desculpe amigo, não sei que nível de leitura e entendimento do holmes de doyle vc tem. o próprio diretor se vangloriou de não ter lido nenhum..isso por si já mostra a qualidade do filme: merda pura!

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  6. Realmente eu preferiria que Ritchie tivesse dixado o personagem em paz.

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  7. OK, não gostei da sua CRITICA. O filme é baseado no livro... eu já li todos e posso dizer que se o filme foi bem feito. Se o filme fosse todo baseado no livro não serio o mesmo pois o Sherlock ia aparecer o filme inteiro sem muita comedia e ação, que na maioria das vezes é o seu forte no livro(só que sarcástico). Cada um com sua opinião, mas se você realmente e um sherlockana iria entender melhor o mode de holmes se o sujo e desleixado, pois ele era um drogado e nos seus momento de não colocar seu celebro em pratica ele ficava pior do que relata o filme... e outra como o proprio watson diz no livro SH era uma pessoa que não se importava com dinheiro, mais garatiu uma boa aposentadoria com suas investigações,e era muito audacioso para luta. POde encontrar isso na volta de SH ...

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  8. Cara, GraziVasconcelos.
    Muito bem colocado, mas vejamos onde discordamos.

    Você é a primeira pessoa que leu um livro de SH e que vem defender o filme.

    Não digo que o filme teria que ser baseado inteiramente num livro, mas a essência do personagem poderia ter sido mantida. E não foi.

    Não use o fato de Holmes usar cocaína quando está entediado como desculpa para ser sujo e desleixado. Apesar do vício, que pelo uso moderado podemos até duvidar que seja um vício, ele sempre é um cavalheiro impecável.

    Com certeza ele não se preocupava com dinheiro, no caso em que conheceu Adler, ele trocou o pagamento por um quadro dela, como deve lembrar, Mas não lembro de ter lido nada que indicasse que o dinheiro da sua aposentadoria vinha de brigas. Isso é patético.

    E não tenho dúvidas que o próximo será assim, mas ainda pior. Ele com certeza vai brigar com mais pessoas, explodir mais coisas e ser ainda mais vulgar.

    Para comparação, peguemos o novo 007. Apesar de ser mais truculento que seus anteriores, ele não deixa de ser um personagem interessante. Bate e atira, mas pensa. Pra justificar o personagem neste filme, Holmes usa suas deduções para lutar. Holmes não é um personagem brilhante, é um brigão. No mesmo nível que Martin Riggs ou qualquer outro do gênero.

    Ou seja, o novo 007 é uma ótima remodelagem para os novos tempos, não importa a idade da platéia. Já o novo Holmes é distorcido para agradar adolescentes e estes apenas.

    Para ver o novo Holmes, prefiro assistir um episódio de "The mentalist", Patrick Jane está muito mais perto do personagem que estamos discutindo do que Downey.

    Mas adorei ter escrito e sempre que quiser debater estarei aqui. Adoro discussões de alto nível.

    Abraços.

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