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NOTA: 5.
- Se eu concordar, promete não contar para ninguém esse terrível segredo?
Segundo Hitchcock recorda, o início do cinema falado foi um pouco problemático para ele entre tantos outros diretores de cinema. O advento dos filmes falados encareciam e muito as produções e tornavam as filmagens mais longas, o que também encarecia. Para tentar compensar, eles filmavam versões em diferentes línguas e com temas que buscavam o público internacional. São esses fatos que provavelmente levaram o diretor a esse filme.
O filme todo trata apenas sobre uma rixa entre duas famílias ricas que disputam pelas terras do lugar. O mais antigo, descobre que o novo-rico que comprou muitas terras da região está descumprindo um acordo verbal acertado de não tirar os moradores de suas casas. Um quer manter tudo como está, outro se chama de progressista e quer levar a modernidade para o lugar. Mesmo que isso implique em deixar as famílias desabrigadas.
A batalha se segue até um longo e entediante leilão onde os lances vão se seguindo sem qualquer emoção ou mesmo a necessidade de levar tanto tempo, a não ser pelo fato de que encurtá-lo deixaria o filme com menos dos seus já poucos 78 minutos (não que esteja reclamando, já que só aumentaria a chatice). No final, tudo recai sobre a descoberta que a mulher do novo-rico era uma prostituta e que o preço por não contarem o segredo é deixar tudo como está.
Com certeza esse filme se trata de uma espécie de retrocesso na carreira do diretor. O áudio é ainda pior que os filmes anteriores (enquanto deveriam estar melhorando, não?), com diferenças de níveis entre falas e outros detalhes grosseiros. A fotografia não se sai melhor e parece ter sido feita de forma amadora, dando alguns "trancos" quando busca o melhor enquadramento. E isso, quando encontra o melhor enquadramento. E sequer os atores se salvam.
Em se tratando de um filme de Hitchcock, qualquer um esperaria muito mais do filme. Só se percebe que é um filme dele por aparecer seu nome nos créditos. Outro de seus trabalhos pouco inspirados. O próprio diretor diz que a tela do cinema deve estar recheada de emoção, e contrariando isso ele entrega um filme que é muita falação e pouca emoção. Como ele mesmo diz para François Truffaut: "Não é um tema que eu tivesse escolhido, e não há nada a se dizer sobre ele".
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