NOTA: 7.
- Vamos deixar uma coisa bem clara. Foi oferecida aos humanos uma chance de assimilar, mas eles recusaram. Portanto, eles são considerados inimigos do estado e vão ser criados para fornecer sangue.
A vantagem de um tema tão forte quanto o vampirismo, é que pra cada filme que o usa como propaganda celibatária para adolescentes, aparece pelo menos um outro que mostra que vampiros podem funcionar para coisas mais interessantes. Neste caso, para mostrar um futuro onde os humanos são uma raça em extinção. Os pouco sobreviventes são caçados para poder servir de alimento em uma corporação, a maior, que trabalha com apenas um produto: sangue.
A empresa é dirigida por Bromley (Sam Neill), um empresário que está gastando fortunas em pesquisa para descobrir um substituto sintético para o sangue. Seu hematologista chefe é Edward (Ethan Hawke), um cientista que não queria ter se transformado e que luta para encontrar o tal substituto. Numa população onde quase todos se alimentam de sangue humano, claro que a falta deste é um problema seríssimo. É a falta de alimento de todo uma raça. Para Edward, o substituto é chance de acabar com a necessidade de caçar humanos.
Ao invés da cura, Edward encontra um grupo de humanos, cujo líder era um vampiro que num acidente foi "curado". Elvis (Willem Dafoe) faz um acordo com Edward para reproduzirem o processo e poderem curar outras pessoas. Ele aceita porque é a chance de deixar de ser vampiro e também porque sua ética vai contra a ideia de ficar mantendo humanos em coma para extrair o sangue deles.
O grande problema deles é que não estão renovando o estoque. Por mais cruel que seja, os humanos deveriam ser retratados como uma fonte renovável. Apesar de alguns vegetarianos desejarem que a população parasse de comer carne, não há notícias de que a população bovina está se esgotando. Ao invés disso, os humanos são caçados para morrer, e se não houver uma alternativa para se alimentarem, as duas raças entrarão em extinção. Talvez por isso em outros filmes os vampiros nunca causem uma epidemia em que eles se tornem uma maioria.
É claro que o cartaz acima é extremamente exagerado. Tanto Matrix quanto Extermínio são filmes superiores a esse. Mas ainda assim, este filme tem uma ideia interessante tratada com um visual bem caprichado. Todo o tom de cores refletem uma sociedade de pessoas pálidas e sem qualquer brilho. E voltada mais para o ritmo noturno da vida deles.
Pena, porém, que sofra do mesmo mal que vem assolando quase todos os filmes de Hollywood da atualidade. Apesar de ser tão intrigante em sua essência, o seu final tem que ser estragado por batalhas, tiroteios e um banho de sangue. São os personagens que conhecemos misturados a muitos outros (figurantes) com metralhadoras, de forma que possam agradar adolescentes que (imagino) querem ver os vampiros morrendo, especialmente com cabeças explodindo. Uma pena.
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