NOTA: 9.
- Dominação mundial. O mesmo e velho sonho. Nossos hospícios estão cheios de pessoas que pensam ser Napoleão. Ou Deus.
Quem não conhece a série desde o início, deveria assistir pelo menos o primeiro filme, que é este com o estranho vilão Dr. No. Quando era criança, James Bond era sempre interpretado por Roger Moore e na minha adolescência Pierce Brosnan, mas foi Sean Connery quem primeiro deu vida ao personagem e o interpretou mais 6 vezes, sendo que uma é uma versão não oficial do agente britânico mais famoso criado por Ian Fleming.
Ao contrário do que temos hoje em dia, os filmes de James Bond não eram pra serem levados a sério nem vistos como uma representação da realidade, e muito menos eram pra ser vistos como obras de arte. O interesse do filme é plenamente atendido: a primeira obra com Bond é um filme de aventura muito divertido com suspense e até mesmo um pouco de ficção científica, e não é por acaso que se transformou em um ícone e que o personagem até hoje continue gerando filmes de qualidade e continuações constantes.
Não só a história não é pra ser levada a sério como seu personagem também não. Bond é extremamente exagerado. Tão exagerado que algumas vezes chega a ser bobo. Tanto é que ele chega a travar uma batalha contra uma aranha. Isso tudo em uma ilha na Jamaica, onde ele deve descobrir qual é a fonte de um aparelho que está impedindo o lançamento de mísseis no Cabo Canaveral.
Se você acha que a trama é boba, o serviço está bem feito. O filme certamente foi feito para ser assim. Escapismo puro onde o herói chega a ser torturado e sequer sangra apropriadamente. Tudo que precisa fazer é jogar seus cabelos pra trás e novamente está pronto para continuar em sua missão como se nada tivesse acontecido. Ele se mantém praticamente impecável, petulante, sedutor e charmoso do início até o fim do filme. E faz parecer fácil.
Também pode pensar que o mistério não é o suficiente pra entreter você, mas o grande lance é que não é isso que vai entreter. Você pode saber exatamente o que vai acontecer, mas a forma como acontece é que é o grande charme do filme. É o caminho. É a tarântula colocada em seu quarto (óbvio que há maneiras mais fáceis de se matar alguém), é uma tentativa de sequestro no aeroporto e o estranho romance entre ele e uma bela oriental. Isso tudo é que faz desse filme um dos melhores com o agente. E é por isso que ele ainda merece ser visto. Mesmo o final, que se passa num esconderijo subterrâneo, é uma bobeira que combina com todo o resto.
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