NOTA: 9.
- Você é escritor e é irlandês. É um alcoólatra duplamente amaldiçoado.
Não é a primeira vez que um roteirista cria uma história a partir de um bloqueio criativo. Já tinha acontecido com Kauffman e acontece agora com o roteirista e diretor Martin McDonagh. Ele acerta em cheio no nome do filme. Não sei como essas pessoas acabaram se encontrando de alguma maneira, mas o mais importante é que todos tem seus lugares na mesma lista. E todos vão parar no roteiro que está sendo escrito pelo seu alter ego no filme.
O roteirista no filme é Marty (Colin Farrel), e o "está sendo escrito" quer dizer que ele tem o título e nada além disso. Ele sequer tem ideia de quem serão os sete psicopatas do título. Em boa parte do tempo o filme é uma comédia, em outras o diretor não economiza no banho de sangue. O mais divertido mesmo é observar que se trata de uns desses filmes que não disfarçam que é um filme. Algumas coisas acontecem de verdade, outras são frutos de imaginação, há ainda as histórias que acontecem dentro do filme e não posso esquecer das coisas que acontecem dentro do roteiro.
Quando Marty é chutado pra fora de casa por Maya (Abbie Cornish), sua namorada, ele vai morar com seu melhor amigo, Billy Bickle (Sam Rockwell com um personagem quem tem o mesmo sobrenome do personagem de De Niro em Taxi Driver), que está ansioso para ajudar seu amigo a fugir de sua crise criativa. Billy é ator mas não consegue muitos trabalhos por acabar agredindo os diretores e ganha a vida com Hans "sequestrando" (ele diz que pega emprestado) cachorros e depois devolvendo pelo dinheiro que seus donos oferecem como recompensa.
É Billy que para ajudar Marty escreve um anúncio convocando psicopatas para aparecerem na sua casa para contar suas histórias, o que acaba levando um serial killer de serial killers que não se separa de um coelho até a sua porta. Não sei o quão perigoso isso pode ser, mas aparentemente é mais perigoso ainda sequestrar o cão Shih Tzu de um perigoso mafioso da cidade. O psicopata Charlie (Woody Harrelson) é frio e impiedoso, e essa cachorro é a única coisa no filme inteiro que o faz demonstrar algum tipo de sentimento.
O elenco é todo afinado e dá conta do recado. Farrel segura bem como o protagonista do filme, Harrelson mescla com habilidade o lado sádico e o lado cômico e Rockwell vive sua loucura já conhecida. Cada psicopata tem sua maneira peculiar de ser que enriquece os personagens do filme. O mais especial deles, porém, é Walker. Apesar de se "auto-plagiar" em cena, ele é capaz de entregar cenas de alta carga emocional, ainda que algumas vezes não diga uma palavra sequer. E mesmo quando tem um diálogo que não parece prometer muita coisa, ele faz com que seja especial.
Em alguns momentos lembra filmes de Tarantino e em menor escala um Guy Ritchie, mas é um filme que mostra uma personalidade única que acaba o diferenciado dos demais. De alguma forma, o diretor McDonagh consegue juntar personagens tão diferentes e sem ligação de forma criativa, incomum e sem desperdiçar uma gota dos litros de sangue que jorram na tela. Um dos melhores entretenimentos que tive nos cinemas em um bom tempo.
Em alguns momentos lembra filmes de Tarantino e em menor escala um Guy Ritchie, mas é um filme que mostra uma personalidade única que acaba o diferenciado dos demais. De alguma forma, o diretor McDonagh consegue juntar personagens tão diferentes e sem ligação de forma criativa, incomum e sem desperdiçar uma gota dos litros de sangue que jorram na tela. Um dos melhores entretenimentos que tive nos cinemas em um bom tempo.
Achei q era fraquinho, mas pelo jeito vou encarar... Grande abraço
ResponderExcluirVai com a mente aberta. rs
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