NOTA: 9.
- Pra quê olhar para trás? Ou para a frente? O que importa é o hoje. Essa é a minha filosofia. Hoje.
Este é o filme que ficou famoso como o predileto de Hitchcock por conta de certa declaração que ele fez uma vez. Truffaut ainda diz que se todos os outros filmes do diretor desaparecessem, este traria uma ideia errada do que ele chama de "Hitchcock Touch". A verdade, é que o que ele realmente quis dizer na declaração, é que este é o filme que agradaria a todos que reclamam que o diretor não é verossímil. Para essas pessoas, talvez essa seja realmente o seu melhor filme.
No filme, Tio Charlie (Joseph Cotten) está sendo perseguido por dois homens. Ele resolve então se refugiar em Santa Rosa na casa de sua irmã que é casada com um banqueiro e tem três filhos, sendo a filha mais velha Charlie (Teresa Wright). Todos gostam muito dele e ele parece ser uma ótima companhia para todos. Pouco a pouco, a coisa não se mostra um mar de rosas como ele faz parecer. Os dois homens o acham em Santa Rosa e ele parece estar mesmo escondendo um segredo.
Grande parte do poder do filme, vem mesmo da habilidade do diretor. Com muita maestria, ele planta a desconfiança em cima do personagem principal. E melhor ainda: dessa vez não tem uma grande estrela como protagonista. Não pensem que isso de alguma forma desqualifica o filme, na verdade apenas intensifica o suspense. Agora, realmente a platéia fica em dúvida se o personagem pode ser o culpado ou não.
Ele faz uma reclamação. Na Inglaterra, ele sempre conseguia se cercar dos melhores profissionais para realizar seus filmes. Em Hollywood a coisa muda um pouco e parece que ninguém leva o diretor muito à sério, e ele acaba tendo que se virar com as pessoas que aceitam trabalhar com ele, não com quem ele realmente chama. Apesar disso, ele conseguiu um roteirista que lhe agradou bastante e que na verdade fez um bom trabalho montando essa história.
Ainda não se trata de um dos filmes que mostram o quão especial era o diretor. Apesar de, como ele mesmo diz, agradar as pessoas que buscam o verossímil nas telas, não vai agradar plenamente os grandes fãs de um verdadeiro filme de Hitchcock. É um bom suspense, mas é justamente o toque do inverossímil que o deixa acima do resto, ou pelo menos de boa parte. A dúvida pode pairar em cima do protagonista tal qual acontece com Norman Bates, mas o resultado não é o mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário