quinta-feira, 24 de novembro de 2011

FEDERAL


NOTA: 2.
- A polícia federal reuniu um grupo seleto de agentes. São todos atiradores de ponta. Incorruptíveis.

Claro que as comparações entre este filme e Tropa de elite são inevitáveis. Para se defenderem, os produtores fazem questão de ressaltar que o roteiro deste filme começou a ser escrito em 1987. Chegou a ser selecionado para o laboratório de Sundance em 2001. Então não me assusta que este filme não seja um subproduto tentando aproveitar a onda de um "primo mais famoso". Me assusta que se leve tanto tempo para fazer um filme que não chega sequer a ser mediano.
A trama gira em torno de um grupo especial dentro da polícia federal que pretende prender o maior distribuidor de drogas em Brasília. Liderado por Vital (Carlos Alberto Riccelli) e seguido por Daniel (Selton Mello), este grupo de federais incorruptíveis segue um ritmo de violência que não fica devendo nada aos policiais do BOPE. O uso exagerado de palavrões e a violência exagerada parecem fazer parte do pacote básico de filmes desse tipo. A única coisa que tem a mais são as cenas de sexo.
Federal pode até mesmo ter começado a ser escrito antes, mas as coincidências com o roteiro de tropa chegam a ser assustadores. Oficial negro que acaba de se juntar a um grupo fechado, chefe com a esposa grávida, colocar a cabeça de um bandido no saco e até mesmo um final com a transformação final do personagem em contra-luz.
Para piorar, o filme tenta alcançar um patamar de qualidade que não consegue. Isso resulta em um filme tosco que poderia ganhar mais alguns pontos se simplesmente simplificasse as coisas. Cenas de luta mal coreografadas, tiroteios confusos e nada emocionantes e até mesmo a falta de um padrão nas atuações. Alguns diálogos ficam tão mal declamados que é difícil dizer se o roteiro é ruim ou se falta uma direção de atores decente. Mesmo Mello poco consegue fazer com um personagem inconstante que se declara contra violência e sai para comprar drogas. E que de uma hora para a outra simplesmente se torne adepto ferrenho da violência. Sem qualquer motivo forte para isso. Para completar as estranhezas do filme, há uma cena de sexo com uma mulher grávida e uma relação muito mal explicada entre Vital e um policial da DEA (polícia anti-drogas americana) que trabalha para os dois lados interpretado por um Michael Madsen mais canastrão do que de costume.
Tudo acontece de forma corrida e sem muita explicação. Tentando mirar em todos os possíveis aspectos da venda de drogas, o filme não consegue se explicar e fica muito confuso. Há uma policial federal que aparece para fazer importantes prisões que sequer tem nome, o que dirá diálogos.
Situações constrangedoras, história feita unicamente de (todos os ) clichês do gênero e caricaturas no lugar de personagens. Não sou fã de filmes como Tropa de elite, mas se a alternativa a eles são filmes como esse, devo apenas reconhecer  os méritos de um produto melhor acabado.

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