sexta-feira, 13 de maio de 2011

OS AGENTES DO DESTINO


NOTA: 8.
- Tudo que eu tenho são as escolhas que eu faço, e eu escolho Elise. Aconteça o que acontecer.

Alguns filmes levantam questões interessantes e intrigantes para contar uma história. Matrix se valeu desse conceito para contar um sci-fi com toques de kung-fu e muita ação. Aqui, o diretor (e roteirista) George Nolfi usa o mesmo conceito, mas saem as correrias, tiroteios e pancadaria e entra uma história romântica. Tanto que escolhi esse poster acima ao invés do principal que vem sendo divulgado com o casal correndo. Este não é um filme de ação.
O diretor escreveu o roteiro baseado num conto de Philip K. Dick, o mesmo autor dos contos que deram origens a filmes como Blade runner e Minority report. Como de costume, o autor levanta questões interessantes misturados com fatos surreais. Aqui, a questão interessante é um debate sobre o livre-arbítrio e destino.
Matt Damon é um político chamado David Norris. No dia da eleição, ele perde e se prepara para dar seu último discurso. Ele entra no banheiro, que acredita estar vazio, e ensaia o que vai dizer. Acontece que escondida no banheiro, estava Elise (Emily Blunt). Ela está lá porque foi pega invadindo um casamento e está agora se escondendo para não ser pega pela segurança. Os dois se conectam imediatamente e se beijam antes que ela tenha que sair correndo. O encontro anima tanto Norris, que ele faz um discurso improvisado que é o melhor de sua campanha.
No dia seguinte, num curto intervalo de tempo, ele (re)encontra sua nova paixão no ônibus e logo depois descobre, por acidente, a existência de uma espécie de grupo de "anjos" no escritório do seu publicitário. Todos no prédio estão paralisados e esses "anjos" estão fazendo alguma coisa com ele. Ele tenta fugir mas acaba pego. Eles decidem contar a verdade, que estão lá para fazer pequenos ajustes nas pessoas para que elas continuem seguindo, mesmo sem saber, um plano de uma entidade superior. Ao que parece, não temos o direito do livre-arbítrio. Quando eles nos deram realmente a chance de escolher fizemos guerras e outras desgraças, por isso agora eles nos encaminham para o bom caminho. Para Norris ficar no caminho, não deve revelar a existência deles para ninguém e nem deve vê-la novamente.
Ao contrário de outros filmes onde vemos bons anjos, esses aqui não estão de brincadeira. Se não obedecer, Norris será "resetado", terá toda sua mente apagada. E eles também não medirão esforços para alterar várias coisas para que Norris não a encontre e continue no plano. O único que parece se incomodar com isso é o anjo Harry (Anthony Mackie), que acaba revelando muitas coisas a ele.
Damon e Blunt dão interpretações tão boas, que ficamos realmente torcendo por eles. Realmente parecem feitos um para o outro, então, por que querem mantê-los separados? Nós torcemos para eles porque queremos que fiquem juntos. As performances são tão boas que acabamos perdoando certos deslizes do filme. 
O filme, porém, não deixa de ter seus defeitos. O principal é não se aprofundar nas implicações das questões que levanta. É um conflito entre o destino e as escolhas que fazemos. Se tudo está acertado, que diferença faz que decisão tomamos? Eles mesmos dizem que não podem cuidar de todos todo o tempo. O que aconteceria se alguém, inadvertidamente fizesse algo fora dos planos? Quando pedem para não vê-la, não estariam apelando para o livre-arbítrio dele? Apelando para que escolhesse não a ver novamente?
Se fosse um filme mais corajoso poderia ser excelente, mas ainda assim é um bom filme. E o melhor romance que assisti nesse ano.

8 comentários:

  1. Colega resenhista, acho que se enganou. O filme Eu, Robô foi baseado no conto do escritor russo Isaac Asimov, caso eu também não esteja enganada rsrsrs ... Obrigada mais uma vez pela indicação. Estava em dúvida sobre assisti-lo ou não, me dicidi. Bom fim de semana !!

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  2. Oi, Jane.

    Muito bem notado, foi falha minha mesmo.

    Mil desculpas a você e a qualquer um que tenha lido.

    Já está corrigido.

    Obrigado e espero que goste do filme.

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  3. parece com minha vida esse filme..varias coisas impedem de eu estar com quem eu realmente amo

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    Respostas
    1. As únicas coisas que podem fazer vc ficar longe da pessoa que ama é vc mesmo ou a própria pessoa

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  4. Sobre o defeito do filme seria melhor você ver de novo com novos olhos... http://www.setelombas.com.br/2013/12/observacoes-sobre-o-filme-os-agentes-do-destino/

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