NOTA: 7.
- Eu não estava tentando arruinar a vida da Candy, eu só queria tornar a minha melhor.
O título e o cartaz deste filme pode enganar muita gente. Pode-se olhar para o cartaz e ver um sorridente e lindo casal apaixonado e achar que esta é apenas mais uma história de amor, mas isso significaria em um grande erro. Não que os dois não sejam um casal apaixonado, é só que esta história de amor está muito longe de ser linda e feliz. Talvez por isso seja um filme interessante.
O casal é Dan (Heath Ledger) e Candy (Abbie Cornish), dois jovens australianos viciados em heroína. O único interesse de Dan é poder manter os dois sempre altos, e nada além disso. O filme se divide em três capítulos: Paraíso, Terra e Inferno. Os personagens começam de um jeito e logo começam a "descer" até o inferno. Como é de se esperar, quanto mais descem mais eles sofrem. Pior é o vício e pior ainda se torna a maneira como eles vivem.
Não demora muito para Dan perceber que o vício crescente do casal tem um custo. Para um homem que não quer trabalhar, os custos se tornam cada vez mais difíceis de serem bancados. Apesar de conseguirem dinheiro por algum tempo com pequenos golpes e furtos, não demora muito para que Candy tenha que começar a se prostituir para conseguir dinheiro enquanto ele fica o tempo todo dentro de casa sem fazer nada.
Existe todo um mundo fora de suas vidas que eles mal fazem questão de fazer parte. Somente visitam esse mundo esporadicamente e por necessidade, geralmente para comprar comida ou comprar mais drogas. Provavelmente não sairiam para nada se pudessem. Algumas visitas aos pais de Candy lhes garante comida e às vezes algum dinheiro, enquanto visitas ao amigo mais velho Casper (Geoffrey Rush) rende heroína caseira feita por ele. Eles não tem outros amigos ou qualquer coisa parecida com isso, esse é todo o mundo que lhes interessa.
Filmes como esse tende a nos fazer lembrar de outros filmes, geralmente melhores, sobre o mesmo tema. Imediatamente me veio a cabeça Trainspotting, especialmente por conta da cena em que o casal passa por abstinência quando tentam se livrar das drogas. A cena já foi mostrada melhor, mas o diretor Neil Armfield tem um grande trunfo: seu casal protagonista. Ledger sempre teve uma grande capacidade de passar sentimentos para a platéia, aqui não foge do padrão mostrando sua dor. Se a cena não é muito inventiva, pelo menos não falta talento.
Não apenas para esta cena, mas por todo o filme. Ledger, não precisando disfarçar seu sotaque dessa vez, faz um personagem muito interessante. Ele é quase uma criança no corpo de um adulto. Quando pede dinheiro emprestado para os pais de Candy, parece um menino pedindo sua mesada para o pai. Além disso, há algo no seu olhar que impressiona, sempre vagando e nunca parecendo estar quieto. A surpresa do filme, porém, está na atuação de Cornish. Em nenhum momento ela fica de coadjuvante em cena e faz parte do filme tanto quanto ele. Bem surpreendente.
Acredito que esses papéis são daquele que todos os atores clamam querer fazer. Papéis que surpreendam o público e que possam mostrar o quão talentosos eles realmente são, mas que depois que alcançam o sucesso poucos tenham coragem de realmente arriscar a fazer. Uma pena que o filme não seja o sonho de todo ator. Ele segue todas as fórmulas do gênero e se torna quase dispensável. A fórmula é tão óbvia, que nos leva por trilhas que já caminhamos antes, exceto que não há surpresas dessa vez. Se há ainda alguma coisa a se dizer sobre esse universo das drogas, não é aqui que iremos ouvir. Vale mais pelas atuações do que pelo filme em si.
O casal é Dan (Heath Ledger) e Candy (Abbie Cornish), dois jovens australianos viciados em heroína. O único interesse de Dan é poder manter os dois sempre altos, e nada além disso. O filme se divide em três capítulos: Paraíso, Terra e Inferno. Os personagens começam de um jeito e logo começam a "descer" até o inferno. Como é de se esperar, quanto mais descem mais eles sofrem. Pior é o vício e pior ainda se torna a maneira como eles vivem.
Não demora muito para Dan perceber que o vício crescente do casal tem um custo. Para um homem que não quer trabalhar, os custos se tornam cada vez mais difíceis de serem bancados. Apesar de conseguirem dinheiro por algum tempo com pequenos golpes e furtos, não demora muito para que Candy tenha que começar a se prostituir para conseguir dinheiro enquanto ele fica o tempo todo dentro de casa sem fazer nada.
Existe todo um mundo fora de suas vidas que eles mal fazem questão de fazer parte. Somente visitam esse mundo esporadicamente e por necessidade, geralmente para comprar comida ou comprar mais drogas. Provavelmente não sairiam para nada se pudessem. Algumas visitas aos pais de Candy lhes garante comida e às vezes algum dinheiro, enquanto visitas ao amigo mais velho Casper (Geoffrey Rush) rende heroína caseira feita por ele. Eles não tem outros amigos ou qualquer coisa parecida com isso, esse é todo o mundo que lhes interessa.
Filmes como esse tende a nos fazer lembrar de outros filmes, geralmente melhores, sobre o mesmo tema. Imediatamente me veio a cabeça Trainspotting, especialmente por conta da cena em que o casal passa por abstinência quando tentam se livrar das drogas. A cena já foi mostrada melhor, mas o diretor Neil Armfield tem um grande trunfo: seu casal protagonista. Ledger sempre teve uma grande capacidade de passar sentimentos para a platéia, aqui não foge do padrão mostrando sua dor. Se a cena não é muito inventiva, pelo menos não falta talento.
Não apenas para esta cena, mas por todo o filme. Ledger, não precisando disfarçar seu sotaque dessa vez, faz um personagem muito interessante. Ele é quase uma criança no corpo de um adulto. Quando pede dinheiro emprestado para os pais de Candy, parece um menino pedindo sua mesada para o pai. Além disso, há algo no seu olhar que impressiona, sempre vagando e nunca parecendo estar quieto. A surpresa do filme, porém, está na atuação de Cornish. Em nenhum momento ela fica de coadjuvante em cena e faz parte do filme tanto quanto ele. Bem surpreendente.
Acredito que esses papéis são daquele que todos os atores clamam querer fazer. Papéis que surpreendam o público e que possam mostrar o quão talentosos eles realmente são, mas que depois que alcançam o sucesso poucos tenham coragem de realmente arriscar a fazer. Uma pena que o filme não seja o sonho de todo ator. Ele segue todas as fórmulas do gênero e se torna quase dispensável. A fórmula é tão óbvia, que nos leva por trilhas que já caminhamos antes, exceto que não há surpresas dessa vez. Se há ainda alguma coisa a se dizer sobre esse universo das drogas, não é aqui que iremos ouvir. Vale mais pelas atuações do que pelo filme em si.
Olá. Estou concluindo o curso de psicologia e como trabalho de conclusão de curso, estou fazendo uma pesquisa sobre dependência afetiva nos meios públicos, como filmes. O filme Candy é contemplado em minha pesquisa e achei interessante alguns aspectos desta resenha. Gostaria de utilizar alguns pontos dela em meu trabalho, mas para tal, seria necessário obter informações sobre a autoria da mesma.
ResponderExcluirCaso autorize, poderia me informar os dados do autor da resenha, para que eu possa referenciá-lo em meu artigo?
Desde já agradeço
Drielly Rodrigues
Me passa um e-mail que eu possa te mandar, por favor.
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