segunda-feira, 16 de maio de 2011

HITCHCOCK TRUFFAUT 01: THE PLEASURE GARDEN (1925)


Recentemente tive uma vontade de reler o livro Hitchcock Truffaut, apenas que dessa vez meu pensamento foi de ler o livro assistindo os filmes do diretor. Serão cerca de 50 filmes abordados, sempre descritos de forma a integrar o que é abordado no livro com as resenhas do filme. O resultado será postado periodicamente conforme for avançando no livro e assistindo aos filmes.
Para quem não sabe, este filme é fruto de uma longa entrevista que o diretor francês realizou com Hitchcock. Truffaut o considerava um gênio, um verdadeiro autor, enquanto todo o resto desprezava o seu trabalho por ele ser muito famoso e bem sucedido. Diziam que seus filmes não tinha substância. Um repórter disse a Truffaut que ele tinha gostado de Janela Indiscreta porque ele não conhecia o Greenwich Village, ao que o diretor respondeu: "Não é um filme sobre o Village. É um filme sobre cinema, e eu conheço cinema."
Hitchcock era vítima de seu enorme sucesso. O livro surgiu do desejo de Truffaut de provar a todos da genialidade de Hitchcock. Chegaram a dizer para ele que este livro seria mais prejudicial à sua carreira que seu pior filme. Felizmente, para a carreira dos dois, ele estava errado.


NOTA: 7.
- Eu tinha que te conhecer porque adorei os cachos de seu cabelo.
- (Ela retira os cachos postiços e o entrega) Então eu lhe dou e espero que você se divirta. Não foi uma cantada muito inteligente, foi?

Hitchcock começava aos 25 anos a fazer sua carreira no cinema depois de se formar em engenharia. Sempre apaixonado por cinema e teatro, ele desenvolvia cartelas para os diálogos dos filmes mudos, quando mostrou seu trabalho foi contratado imediatamente. Em filmes de baixo orçamento, ele virou também roteirista, cenografista, assistente de direção e teve até mesmo teve que fazer a fotografia de um filme seu. Só depois que foi demitido por seu produtor por ciúmes que Michael Balcon o chamou para dirigir esse filme. Seu primeiro. Hitchcock diz que sequer passava pela sua cabeça virar diretor, mas aceitou o desafio.
Seria também a primeira adaptação de um livro. No caso, um livro de Oliver Sandys que conta a história de duas mulheres que se tornam amigas, Patsy e Jill. Uma trabalha como dançarina no tal The Pleasure Garden e outra veio pra cidade para começar a trabalhar como dançarina também. Patsy ajuda Jill ao perceber que ela foi assaltada e não tem onde ficar. Não somente lhe dá abrigo como a ajuda a conseguir o emprego.
Acontece que sua nova amiga não partilha dos mesmos valores que ela e larga seu noivo por um príncipe rico. O auge das desavenças acontece quando Patsy pede dinheiro à amiga para visitar seu marido que está doente, e ela lhe nega porque estava gastando muito dinheiro com roupas e outras coisas.
Como o próprio diretor disse, melodramático mas com algumas cenas interessantes. Apesar de ele não considerar que esse filme tenha sua marca, tem algumas cenas que já mostravam suas tendências (tendências ao anormal, voyerismo e simbolismos) que se desenvolveriam mais nos filmes seguintes. Como a cena em que o fantasma de uma mulher assassinada volta para assustar seu algoz, mas realmente de interessante mesmo só fato de ser o surgimento do mito.
Antes que alguém pergunte, o diretor não aparece na frente das telas, mas foi aqui que conheceu sua mulher.

3 comentários:

  1. Bá, se eu achei que o meu Festival Hitchcock estava bem abrangente, imagina isso que tu vais fazer!

    Parabéns pela iniciativa! Mal posso esperar para ver as 49 resenhas restantes...

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  2. Ler uma parte do livro e ver o filme vai ser um processo longo.

    Só acho que vai ser bem legal as pessoas conhecerem o Hitchcock por ele mesmo. Pouco conhecem. Eu mesmo só conheci depois de ler o livro.

    Aproveitando.
    Você reclama que dou notas baixas? Você pega o que deve ser o maior dos clássicos (Intriga internacional) e dá 9? Psicose 9,5? Depois eu que sou rigoroso?
    rs

    Abraços.

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  3. Este é o primeiro filme 100% dirigido pelo Hitchcock. Gênero Romance (???)... Um pouco enfadonho e confuso! Nem parece um filme do Hitch, e teria caído no esquecimento se não fosse do mesmo, com certeza. Mas fica uma sensação boa no final.

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