quinta-feira, 26 de maio de 2011

8MM


NOTA: 8.
- Se você dança com o demônio, o demônio não muda. O demônio muda você.

Quatro anos antes desse filme ser realizado, o roteirista Andrew Kevin Walker já tinha surpreendido as platéias do mundo inteiro com o intenso Seven, dirigido por David Fincher. Lá, eram dois policiais comuns que se deparavam com um psicopata culpado de terríveis assassinatos. Aqui, a história não é muito diferente, temos um detetive, pai de família, que se vê mergulhado em um obscuro mundo de masoquismo e sangue para resolver o caso pelo qual foi contratado.
O detetive em questão é Tom Welles (Nicolas Cage). Também é um homem comum mas mais acostumado com crimes de adultério e especializado em clientes de alto poder aquisitivo e que preza muito pela discrição. Por esse motivo, é contratado pela viúva de um milionário que encontra, no cofre do falecido, um vídeo de uma mulher sendo morta. Tudo que ela quer saber é se aquele vídeo é real ou não, e principalmente se a menina do vídeo está viva ou morta. Nada que pareça muito complicado a uma primeira vista.
Descobrir a menina em questão não é tão complicado assim. Checando os arquivos da polícia, ele descobre o nome e onde ela morava, mas seu paradeiro é desconhecido. A verdadeira complicação é descobrir se ela está viva ou morta, e para isso ele terá que ir fundo na investigação descendo até o submundo dos chamados filmes snuff (como são chamados esse tipo de filmes). Welles acredita que esse tipo de filme não existe, que é uma mera lenda urbana, mas lenda ou não ele descobre que há um mundo podre por trás dessa indústria.
Ajudado por um balconista de uma loja de filmes pornográficos chamado Max California (Joaquim Phoenix), ele começa a mergulhar cada vez mais nesse submundo, chegando até o produtor de filmes eróticos Eddie Poole (James Gandolfini), um daqueles caras que podem te apresentar a qualquer pessoa, e é através dele que Welles chega até o estranhíssimo diretor Dino Velvet (Peter Stormare) que está sempre acompanhado de Machine, uma espécie de homem fetiche que usa vinil por todo o corpo e não que não gosta de remover sua máscara.
É de se esperar que Welles se envolva em algum tipo de perigo com esses caras, e ele realmente chega a esse ponto, mas o assunto não é tratado de maneira banal, como mera desculpa para cenas de ação e tiroteios. O roteiro nos leva até dilemas morais que alguns podem concordar ou não. A idéia é colocar um homem comum em meio a uma situação extraordinária. Até que ponto este homem pode chegar a matar uma pessoa ou não? Mesmo que a pessoa mereça. Esses homens não são vítimas de violência doméstica ou coisa parecida, eles simplesmente são pessoas ruins. Será que isso faz com que a morte seja justificada?
Assim como Seven, não é um filme de fácil digestão. Aqui os atos tem suas consequências e os personagens tem que viver com elas. Isso o faz um filme muito interessante. 

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