quinta-feira, 22 de setembro de 2011

TRÊS DIAS DO CONDOR - THREE DAYS OF THE CONDOR


NOTA: 9.
- Condor é um amador. Ele está perdido, é imprevisível e talvez esteja até sentimental. Ele poderia enganar um profissional. Não deliberadamente, mas porque ele está perdido e não sabe o que fazer. 

Alguns podem dizer que este filme está ultrapassado. Ele dirão isso por conta dos computadores antigos (daqueles de tela preta e letras verdes apenas, sem imagem alguma) e as técnicas de espionagem que estão décadas atrasada. Quando eu vejo o filme, porém, não vejo os aparatos tecnológicos, eu vejo a história. E esse filme tem uma grande história para contar. Coisa que muitos genéricos do gênero tentam e quase nenhum consegue.
Turner (Robert Redford) trabalha para a CIA, mas não se trata de um espião. Secretamente, sua função é ler qualquer coisa publicada em busca de códigos ou algo do gênero. Ele acha que encontrou algo em um livro que estava trabalhando. Algo que pode ser grande. Esse perfil que ele tem, dá características interessantes ao seu personagem. Ele tem cabelos longos, calça jeans e camisas sem gravata e vai para o trabalho numa pequena moto.
Ele sai para almoçar e quando volta todas as pessoas do seu escritório estão mortas. Assassinadas a tiros. Como eu disse, ele não é um agente "de verdade". Não sabe como deve agir exatamente com a situação que se encontra. O máximo que consegue pensar, é ligar para a agência e pedir para que o busquem. Ele quer apenas estar seguro, mas no encontro com o agente, ele acaba quase sendo assassinado também. Sua única alternativa é deixar a paranoia tomar conta dele e duvidar de tudo e de todos.
A única pessoa que acaba confiando, é Hale (Faye Dunaway), uma fotógrafa raptada por ele mas que depois acaba simpatizando pela sua causa. De resto, ele não sabe mais o que esperar. "Por que eu devo me identificar a você e você não tem que se identificar pra mim?", ele pergunta para um agente. No mundo da espionagem, parece ser comum você somente acreditar em alguém que não trabalha nessa área. Redford traz uma seriedade muito interessante ao papel principal, e faz um par muito interessante ao lado de Dunaway. O elenco conta ainda com a presença de Max Von Sydow como um assassino.
O interessante é que o filme foi lançado um pouco depois do escândalo de Watergate, que terminou com o fim da presidência de Nixon, que renunciou. Esse clima contagiou a película em frente a um público que acreditava que qualquer coisa do filme pudesse ser verdade por conta dos escândalos que surgiam a todo momento. Em época de Guerra Fria, era muito possível que qualquer coisa fosse considerada verdade em termos de política. Talvez esse seja um dos motivos que fizeram o filme ter sucesso naquela época. Mas é o talento que faz com que ele ainda continue sendo muito bom ainda hoje.

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