quarta-feira, 21 de setembro de 2011

CONAN, O BÁRBARO - CONAN, THE BARBARIAN (2011)


NOTA: 4.
- Pra ser um guerreiro cimério, você deve ter equilíbrio, velocidade e força.

Conan nasceu num campo de batalha. Vai saber o que sua mãe estava fazendo lá guerreando com 9 meses de gravidez (talvez faltasse um médico naquela época para dizê-la que não era recomendado fazer exercícios tão perto do fim do parto), mas ela estava lá empunhando uma espada quando seu marido chega para ajudá-la no parto. Assim nasce nosso herói com uma situação propícia para alguém dizer que "ele nasceu no campo de batalha e que a primeira coisa que experimentou foi o sangue da sua mãe".
Acho que o barato de uma pessoa que é conhecida por esse tipo de história, seja que não saibamos se é verdadeira ou não. Se a lenda é maior que a história, publique-se a lenda. Mas aqui, eles fazem toda a questão de deixar bem claro em letras garrafais que aconteceu assim, e desde o início o filme  não começa bem. 
De qualquer forma, ter esse nascimento estranho parece ter feito que ele crescesse melhor, maior e mais forte que todo o resto da sua tribo (deve ser o gosto do sangue). Numa prova para disputar quais dos jovens bárbaros é o mais forte, e todos são maiores e mais velhos que ele, somente Conan termina a prova, voltando com as cabeças de todos os homens que estavam caçando as crianças como troféu. Não sei porque esses homens estavam atacando as crianças, mas desde o início do filme parece claro que ele não serve para ter lógica, mas sim para servir de desculpa para inúmeras batalhas e muito sangue.
O filme começa (inexplicavelmente narrado por um Morgan Freeman que deve estar com contas para pagar) descrevendo um rei que tinha uma máscara muito poderosa que o deixava invencível. Mesmo com essa vantagem ele consegue ser derrotado quando as tribos se unem contra ele e destroem a máscara. Mas para dizer que não é igual a O senhor dos anéis, ao invés de lutarem pelo poder, eles destroem a máscara e espalham seus pedaços pelo mundo para que ela nunca seja remontada.
Acontece que ela está sendo remontada seguindo o incrível padrão de contradições do filme. O último pedaço está sob a posse do pai de Conan que escondeu muito mal ao invés de destruí-la. Antes de partir, o misterioso vilão sem nome parte deixando Conan sem poder salvar seu pai, por isso o garoto cresce buscando vingança. Anos se passam, e ele se torna um homem, enquanto descobre que que o nome que procura é Zym (Stephen Lang) e que ele se tornou um rei.
Personagem interpretado inicialmente por Arnold Schwarzenegger, aqui os bíceps são de Jason Momoa (que alguns vão reconhecer de A guerra dos tronos). Se ele é mais fraco que o governador do futuro, sua vantagem é que ele consegue mais expressões faciais que seu antecessor, e até poderia ter mais falas, mas o filme se trata de povos que servem apenas para ficar gritando e grunindo, sobrando-lhe pouco espaço para mostrar que pode interpretar de verdade.
O diretor Marcus Nispel, dos remakes (se é que podem ser chamados assim) de Sexta-feira 13 e O massacre da serra elétrica, faz um filme proibido para menores mas voltado para eles. Todas as cenas de ação são muito mais para adolescentes que para o público adulto, e pior ainda: voltadas para os desnecessário efeitos 3D (com certeza um dos mais sem graças que já vi). Pra piorar, as batalhas são confusas e pouco emocionantes. Mesmo um exército de soldados de areia não consegue dar gás ao filme.
Eu poderia falar mais da história, mas qual seria o motivo? O que interessa é que se tem bárbaros e Conan mata muito deles. É um personagem pouco interessante, sem grandes objetivos ou crenças. O filme acaba numa longa batalha que termina tão sem graça quanto começa. Se esse é o início de uma nova franquia do personagem, era melhor tê-lo deixado quieto.

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