NOTA: 8.
- Isso é tão estranho. Eu realmente quero que você vá embora, mas não sei como te pedir isso sem parecer um babaca.
Este filme é uma comédia surpreendentemente engraçada com um elenco principal totalmente composto de mulheres. Alguns homens aparecem no filme, claro, mas nenhum tem muitos minutos em frente as câmeras ou ofusca alguma das mulheres. Este é um filme feito por mulheres (a atriz principal, Kristen Wiig escreveu o roteiro, apesar da direção ser de um homem), mas não para mulheres apenas (ao contrário de Sex and the city). É um filme para qualquer um que queira rir.
Como uma versão feminina de Se beber não case, o filme gira em torno de um casamento. Mas não é o casamento de Annie (Wiig) que está programado, é o de sua melhor amiga Lillian (Maya Rudolph). Annie é convidada para ser a madrinha do casamento da amiga, mas uma nova amiga de Lillian aparece para "atrapalhar" a vida de Annie. Isso porque Helen (Rose Byrne) é tudo que Annie não é. Ela tem dinheiro, é bonita e capaz de organizar o casamento com extremos bom gosto. A maior parte das decisões deveria caber a Annie, mas ela parece ser incapaz de fazer isso com competência.
E é muito fácil de descobrir porquê. Ela mal consegue manter sua vida em ordem. Divide o apartamento com duas pessoas muito estranhas que leem seu diário e vestem sua roupa, vive sem dinheiro depois de abrir falência ao tentar abrir um negócio e seus encontros se resumem a um homem que só se interessa em fazer sexo com ela e dispensá-la logo depois. Ela parece tão fadada ao fracasso, e em buscar por ele, que quando encontra um homem que é legal com ele, ela o dispensa.
Um dos grandes motivos que transformaram Se beber... em um sucesso, era uma mistura de humor politicamente incorreto com uma dose de escatologia na medida certa. Ver homens fazendo cenas como essa, não são incomuns. Mas ver mulheres fazendo é. E não sei porque é tão incomum essa situação, já que esse filme mostra que elas são totalmente capazes de fazer isso com tanta habilidade quanto o sexo oposto, em algumas situações até melhor. De qualquer forma, a surpresa de vê-las fazendo isso é o que torna parte da exibição maravilhosa.
Seria fácil fazer parecer o filme ser melhor do que realmente é, e por isso devo tomar um pouco de cuidado. Apesar de ser bem engraçado, o filme nunca se aventura para situações além do comum. Além disso, tirando Annie, não chegamos a conhecer realmente bem nenhuma das outras personagens que compõe o filme, o que é uma pena. Além dos rostos delas, não temos muito mais coisas para olhar no filme. Apesar de serem ótimos rostos, não parece suiciente.
Ainda assim é ótimo dar boas risadas sobre as desventuras de mulheres, mostrando que elas tem talento para fazer qualquer um rir tanto quanto qualquer outra pessoa, não importando o sexo. Talvez tudo que precisem seja apenas uma produção decente que lhes deem uma chance para provar isso. Aqui elas provaram.
Missão Madrinha de Casamento sabe lidar bem com as obviedades. Apesar da duração excessiva (comédias nunca deveriam ter mais de duas horas e essa tem 130 minutos!) para contar uma história bem simples, o filme transforma as situações corriqueiras em risadas bem dosadas. Todo mundo já viu a rivalidade entre duas personagens disputando a atenção de alguém, os questionamentos antes do casamento, a mocinha desperdiçando um alguém especial em função de outro que nem lhe dá bola e por aí vai… Neste filme, vimos Melissa McCarthy ato e Kristen Wiig juntos, e ele foi ainda melhor para vê-los participar em Caça-Fantasmas. Todas essas abordagens já foram repetidas à exaustão, mas o longa administra bem isso e torna o resultado agradável – também, claro, em função do elenco.
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