NOTA: 8.
- Olhe nos meus olhos. Olhe pro meu rosto. Se lembre de mim, por favor. Não se esqueça de mim.
Javier Bardem possui em seu currículo três indicações e levou a estatueta uma vez para casa. Sua primeira indicação veio com Antes do anoitecer, filme mediano que foi elevado pelo poder da atuação do ator. Depois de vencer o Oscar por Onde os fracos não tem vez, ele é indicado pela terceira vez sendo a primeira num papel em que fala apenas espanhol.
E não é difícil de entender o porquê. Poucos conseguem dar a força dramática que ele consegue. É um personagem intenso que poucos poderiam interpretar. Ele é doce, firme quando necessário e também ameaçador. Seu porte físico o ajuda no último quesito, mas nos outros somente talento puro consegue se destacar.
Aqui ele é Uxbal, um homem um tanto pobre pai de dois filhos. Para sustentar a família, ele ajuda uma espécie de mafioso oriental com diversos golpes, incluindo tráfico de pessoas para mão de obra mais barata, falsificação de produtos de grife e, o mais estranho, ele consegue se comunicar com os mortos. Ele tem escrúpulos, mas não se pode dar ao luxo de largar um trabalho por causa disso. Principalmente agora que seu médico anunciou que ele tem pouco tempo de vida.
Para piorar, o resto da sua vida é uma bagunça total. Ele é separado da mulher que ama por ela ser bipolar e péssima mãe, seu irmão é um mentiroso pouco confiável que dorme com a mulher dele, sua carreira criminosa o está arruinando e ele não confia em ninguém que possa cuidar de seus filhos quando ele se for. Ele não é uma má pessoa. Quando pode até mesmo realiza algumas boas ações, mas o problema é que parece não haver muito espaço para isso na sua vida.
O diretor do filme, Alejandro González Iñárritu (de Amores brutos, 21 gramas e Babel), faz seu primeiro grande filme depois de ficar famoso com suas películas anteriores de histórias fragmentadas. Dessa vez de maneira linear e se sai muito bem. Ele filma os últimos dias de Uxbal com grande intimidade, permitindo que a gente conheça seus medos e desejos. Antes do final, estamos bem familiarizados com ele.
Também pela primeira vez, ele trabalha sem seu roteirista usual, Guillermo Arriaga (de todos os filmes citados do diretor). Isso faz com que infelizmente o filme perca um pouco sua qualidade. Ou talvez seja o fato de estar contando uma história linear pela primeira vez. De qualquer forma, esse filme apresenta um passo atrás na carreira acendente que ele vinha tendo.
O que realmente me agradou no filme foi mesmo Bardem, quase me lembrando do que aconteceu quando assisti Antes do anoitecer. É criando um personagem simpático que ele salva o filme que tem como herói um criminoso que parece estar apenas sendo punido pelas coisas erradas que fez na sua vida. Ainda assim, é impossível não me importar com ele.
tualidAinda não assisti, mas acho Javier Bardem foda, um dos melhores da atualidade.
ResponderExcluirhttp://cinelupinha.blogspot.com/
Realmente é.
ResponderExcluirVale a pena de modo geral, mas vale muito a pena por ele.
Bardem é fantástico, mas o filme é deprê d+... Não gostei nadinha...
ResponderExcluirnão gostei do filme, não transmite emoção, apesar das horríoveis situações que apresenta. Nossa! Só um homem com câncer, dois filhos pequenos e uma mulher louca, um irmão cretino, já seria de chorar......e por que não me emocionei? Porque falta algo no roteiro, não empolga, pelo menos para mim.
ResponderExcluirIndependente se é triste ou não, achei um bom filme.
ResponderExcluirAbraço.