quarta-feira, 4 de abril de 2012

UM MÉTODO PERIGOSO - A DANGEROUS METHOD


NOTA: 9.
- Algumas vezes você tem que fazer alguma coisa indesculpável, só para ser capaz de continuar vivendo.

Pelo menos boa parte da influência da pscicologia até hoje se dá por causa de seus dois criadores: Carl Jung e Sigmund Freud. Duas mentes tão brilhantes na criação de suas teorias sobre os mistérios da mente humana e principalmente na exposição e validação das mesmas. Ponham os dois frente a frente e pode-se achar que a conversa fica tão complicada e que não se poderá entender nada, mas a verdade é que eles expõem tudo com tanta clareza que não só se compreende do que estão falando como até identificamos alguém que tem o mesmo comportamento.
Apesar de ter sido "atualizada" nos tempos de hoje, desde aquele tempo que a pscologia se tornou parte do nosso cotidiano. E este filme conta os poucos anos em que grande parte desse campo foi inventado (com o perdão da palavra). Especialmente pela associação entre Sigmund Freud (Viggo Mortensen), Carl Jung (Michael Fassbender) e Sabina Spielrein (Keira Knightley), esta última que se tornou paciente e depois colega de profissão.
Através de muitos diálogos, o que não costuma ser comum nos filmes do diretor David Cronenberg, o filme mostra com muita habilidade cada teoria sendo construída a partir das experiências de cada personagem. Tudo de forma sutil graças às atuações de um elenco muito afiado. Mortensen faz de seu Freud um sujeito contido e extremamente analítico. Jung de Fassbender é um sujeito mais imprevisível tanto nas suas teorias quanto em suas próprias ações.
O filme começa em 1904, com a chegada de Sabina à clínica onde Jung trabalha. Ela não chega em silêncio, chega gritando e lutando contra as enfermeiras que tentam contê-la. Mesmo depois de sua chegada, não parece se acomodar. Somente depois de usar os métodos de Freud, é que Jung consegue acalmá-la, chegar ao centro do problema e até mesmo liberar uma mente brilhante de onde só parecia haver caos. Depois disso, é que Jung vai finalmente conhecer o criador das teorias que está usando. É aí que começam as conversas e a amizade entre os dois gênios.
Sabina finalmente consegue controlar seus impulsos e até mesmo se formar em psicologia. O interesse entre ela e Jung vai além de interesse profissional ou de uma amizade, e apesar de amar sua mulher ele acaba tendo um caso com ela. Quando a amizade entre os dois teóricos vai decaindo, Freud usa esse romance contra Jung. A partir daqui, o que parece vermos é que grande parte das teorias é criada a partir  da necessidade de virar uma arma contra o outro. As únicas teorias isentas parecem vir de Sabina que é pega no fogo cruzado dos dois.
Apesar do péssimo poster, que parece indicar um triângulo amoroso entre os três, o filme não se trata disso. Menos ainda, pela maior exposição de Knightley tem no poster, se trata da vida dela. A história é sobre a relação entre Freud e Jung, e talvez os dois poderiam criar teorias interessantes sobre quem criou a arte.

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