segunda-feira, 17 de outubro de 2011

HITCHCOCK TRUFFAUT 24: CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO -FOREIGN CORRESPONDENT (1940)

Para ler o que já saiu de Hitchcock Truffaut, clique aqui.


NOTA: 9.
- Correspondentes estrangeiros. Eu podia ter mais notícias da Europa olhando uma bola de cristal.

É muito fácil em Hollywood, observar a "categoria" dos filmes. Basicamente, há os diretores de filmes das séries A, B e C. No sentido da evolução, parece ser difícil um diretor conseguir subir de uma série para outra, a menos que consiga um sucesso estrondoso. Por isso parece meio estranho, mas Hitchcock depois de realizar um filme A, faz de seu filme seguinte um filme B. 
Ele explica o porquê. Ao contrário do que acontece na Europa, os thrillers eram mal vistos nos EUA. Até mesmo os livros são considerados de segunda classe. A ideia do diretor, era fazer o filme com Gary Cooper, mas por ser um filme de aventura o ator recusou o papel. Hitchcock ficava então obrigado a trabalhar com atores de segunda grandeza. Ele diz que anos mais tarde encontrou com Copper que lhe disse: "Eu me enganei, não foi?"
Depois de trabalhar com Selznick, ele se junta ao produtor Walter Wanger que tinha os direitos de um  livro chamada "Personal history", que deveria ter inspirado a história do filme. Como o diretor gosta de modificar a história dos livros até que lhe sirvam para fazer seus filmes, o que acontece é que nada sobrou da história original, e o roteiro acabou saindo uma história original.
A história é do correspondente internacional de um jornal, John Jones (Joel McCrea) que é enviado para a Europa pré-segunda guerra para investigar a possibilidade do início do conflito. Na Inglaterra, ele se encontra com um político que lhe diz saber segredos de uma certa aliança. Dias depois, ele assiste a suposta  morte do político que era na verdade apenas um plano para sequestrá-lo.
Ao contrário de outros filmes, o herói dessa vez não é falsamente acusado de crime algum, mas para cobrir a história ele se encontra bem no meio de toda a aventura. Seguindo atrás do político, ele é ajudado por uma jovem cujo pai é presidente de uma associação pacifista, mas que depois descobriremos que é na verdade uma autoridade nazista. Apaixonado, ele fica indeciso entre desvendar a verdade e não se indispor com a moça. Apesar de não ter os frandes nomes que gostaria, até que ele consegue atores que dão conta do recado, apesar de chamar McCrea de mole para o papel.
Só é realmente uma pena que seja um filme B, pois com um acabamento, e atuações, de primeira, poderia ser um filme muito melhor. Talvez um dos grandes do diretor, que ainda assim conseguiu fazer um filme muito interessante. Só é uma pena que seja difícil de encontrar uma cópia que esteja em ótimas condições.
O mais importante desta parte da entrevista é destacar a importância do MacGuffin nos filmes do diretor. Nas suas palavras:
"É um expediente, um truque, um recurso para uma situação problemática, é o que se chama gimmick... Todas as histórias de espionagem escritas nesse ambiente eram invariavelmente sobre roubo dos planos... MacGuffin é o nome que se dá a esse tipo de ação. Na prática, isso não tem a menor importância, e os lógicos estão errados em procurar a verdade no MacGuffin."

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