NOTA: 5.
- Eu sempre achei que tinha te resgatado do dragão, e na verdade foi você que me resgatou.
Desde o primeiro filme, Shrek (Mike Meyers) vinha sendo "domesticado" pouco a pouco. Se distanciando cada vez mais daquele ogro que colocava medo nas pessoas que acabavam tentando caçá-lo com ancinhos e tochas. Neste quarto e (supostamente) último filme da franquia, ele já não assusta mais ninguém, o caminho da sua casa virou parte de uma rota turística e seus "fãs" pedem para que ele rugir (sua marca registrada). Além disso, ele está sempre ocupado por causa do casamento e dos filhos.
É já aí que o filme vai mostrando sua falta de originalidade. No velho estilo "você só dá valor ao que tem quando perde", Shrek faz um acordo para voltar a ser o ogro que era, como no início do primeiro filme. O acordo, feito com Rumpelstiltskin (Walt Dohrn), faz com que ele troque esse dia por um dia de sua infância. O dia escolhido é o do seu nascimento, e tal qual George Bailey (personagem do filme Felicidade não se compra), Shrek fica preso num mundo alternativo onde ele nunca nasceu.
Para sua sorte, Rumpelstiltskin não é tão inteligente quanto parece se proclamar e seu contrato tem uma cláusula que pode invalidar tudo: o beijo do amor verdadeiro (coisa já usada mais de uma vez só nessa franquia). Para isso, ele se junta ao Burro (Eddie Murphy) para encontrar Fiona (Cameron Diaz), que virou uma líder rebelde do ogros e tem um Gato de Botas (Antonio Banderas) domesticado que ficou obeso por causa da vida mansa. Como neste mundo Shrek nunca nasceu, nenhum deles se recorda de um dia tê-lo encontrado antes, o que dificulta o beijo romântico já que Fiona está ocupada demais para besteiras românticas.
Não apenas o filme repete piadas dos outros filmes da franquia, como repete as piadas dele mesmo. O garoto com voz esganiçada que pede insistentemente que ele "faça o rugido", repete o pedido pelo menos umas 5 vezes. Já a quantidade de vezes que Rumpelstiltskin troca de perucas eu perdi a conta. O próprio Shrek já não tem mais a mesma graça e parece mesmo ficar relegado a rugir para as pessoas. Como se isso fosse engraçado. O filme só ganha um pouco de graça com a entrada do Gato de Botas (que ganhará um filme próprio ainda esse ano), mas mesmo ele é mal aproveitado e seu olhar de pobre coitado já deu o que tinha que dar.
Eu entendo como Shrek pode ficar entediado com a sua vida. Entendo porque a vida dele neste quarto filme me entediou também. A animação é até bonita, mas não empolga. As cenas de ação não decolam e chegam a ser desnecessárias. Mesmo crianças pequenas verão esse filme com um gostinho de "já vi isso antes". E pior ainda, já vi melhor. Se este é realmente o último filme da franquia, não terminou com um final feliz.
O terceiro me decepcionou tanto que eu me desanimei pra esse. Talvez quando passar na TV eu assista. Talvez.
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Idem
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