NOTA: 6.
- Estou procurando alguém para participar de uma aventura.
Depois da trilogia de O senhor dos anéis fazer um sucesso estrondoso, quase três bilhões nas bilheterias e ainda levar 14 Oscars, o diretor Peter Jackson resolveu contar a história que se passa antes de tudo que vimos. É a história de como Bilbo Bolseiro conseguiu o anel que deixou para Frodo. Não chega a ser decepcionante como A ameaça fantasma, mas com certeza está muito aquém do que se deveria esperar. Ou simplesmente pode ser o caso de ser porque essa história realmente devesse ter sido contada antes.
Digo isso, porque provavelmente se tivesse sido contada antes, um único livro não teria sido transformado em uma trilogia de filmes. Se na trilogia original Jackson realizou uma série de cortes para termos uma média de três horas por filme, o que temos aqui é uma história bem mais simples que foi esticada até não poder mais para poder justificar a razão de termos três filmes com menos de três horas, ao invés de um só, ou quem sabe com boa vontade até mesmo dois.
Claro que ter menos de três horas não quer dizer que temos uma história que flua mais rápido. Na verdade estamos longe disso. Levamos muito tempo acompanhando até que Bilbo (Martin Freeman) concorde em ir na viagem com os anões, e com o final do filme parece que sua viagem, que no livro é bem mais curta que a de Frodo, vai levar muito mais tempo para ser contada. Tudo isso com a escolha da filmagem em 48 quadros por segundo (tradicionalmente se usa 24) que, na minha opinião, não funcionou muito bem.
Claro que o talento de Jackson em montar quadros de extrema beleza não se perdeu. Cada cena do filme é, assim como na trilogia original, uma pintura com efeitos que muitas vezes passam despercebidos. Ele continua criando beleza e eficiência como poucos fazem, mas os personagens nas telas, especialmente os anões, conseguem ter ainda menos profundidade do que os personagens que tínhamos antes, e são ainda menos carismáticos apesar de serem interpretados com grande talento. A situação piora um pouco quando temos a aparição de personagens conhecidos e melhores como Gandalf (Ian McKellen), Elrond (Hugo Weaving) ou Galadriel (Cate Blanchett).
Outro grande problema do filme é seu tom. O senhor dos anéis é um livro escrito durante a Segunda Guerra Mundial e conta uma história muito sombria. O confronto definitivo entre o bem e o mal. O hobbit é um livro escrito em 1937 tendo em mente que era uma história para os filhos do escritor. Ou seja: o filme poderia ser uma divertida aventura, mas ao invés disso o que temos é uma grandiosa e perigosa aventura com muitas batalhas e decapitações que não vão decepcionar a jovem plateia sedenta de sangue.
Ao invés de se preocupar em contar a história que temos no livro, o diretor teve que se preocupar também em não entregar três filmes com menos de uma hora de duração. O que se vê na tela são diversas cenas que não estão no livro e que não funcionam nada além de transformar o filme em mais um possível parque temático como Piratas do Caribe. Depois de mais de duas horas de duração, cheguei a duvidar se Bilbo encontraria o anel, mas pelo menos temos o direito de ver a cena em que ganha o objeto feito da maneira correta. É a melhor parte do filme, e é uma pena que o resto das cenas não acompanhe nem de perto essa magia. Não deixa de parecer em nenhum momento que um filme poderia ter sido suficiente.
Concordo em gênero e grau.
ResponderExcluirEspero a resenha de As aventura de Pi...
Gosto de comparar as minhas notas com as suas..rsrsrsrrs
A. Raquel
Ainda não consegui assistir esse, mas estou bem curioso pelo resultado.
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