NOTA: 9.
- Sem piedade. Não tem código samurai ou luta limpa em batalha. Sem espada? Use um pau. Sem pau? Use uma pedra. Sem pedra? Use os punhos. Perca sua vida, mas faça o inimigo pagar.
Muitos filmes de ação atualmente pecam pela falta de um vilão que cause interesse. Temos que querer ver o vilão cair para que ele funcione bem, e não temos muitos filmes que causem esse efeito. Aqui nós temos. Um descendente da realeza que cai numa loucura e maldade inacreditáveis. Contra esse monstro, se juntam um bando de samurais para tentar uma missão quase impossível e em uma época em que os verdadeiros samurais se tornavam cada vez mais raros.
O que temos aqui é um ótimo entretenimento. Um ambicioso épico de primeira com grande orçamento e visualmente muito interessante. A parte final do filme é uma batalha impressionante com mais de meia hora e muito inventiva, e ainda melhor porque não é confusa como os filmes de ação costumam fazer hoje em dia. Muitos profissionais podem aprender com isso. Também podem aprender como antes de uma batalha começar, o diretor passa dois terços do filme estabelecendo seus personagens. Nós sabemos quem são e porque agem de determinada forma.
O monstro é Naritsugu, meio irmão do Shogun e cuja crueldade é mostrada em detalhes. Ele se sente no direito de estuprar qualquer mulher que esteja em seu alcance, amputa vítimas e chuta cabeças de vítimas inocentes que decepou. Em protesto, um homem pára em sua frente comete suicídio em frente de todos cometendo. Um protesto contra esse homem, e ainda assim o Shogun pretende promovê-lo para o conselho de guerra. Mas quem se levantaria contra um parente da realeza?
Para corrigir o erro, Doi procura o samurai Shimada e lhe explica a situação. O samurai entende o que deve fazer e então procura 12 outros guerreiros para se juntarem a ele nesta cruzada. O processo é familiar a muitos filmes do gênero, com os homens sendo escolhidos um a um e mostrando cada um deles com suas personalidades e passados únicos, sem contar ainda que um deles deve ser o alívio cômico.
A missão é quase impossível por conta dos números. São apenas 13 guerreiros ao lado se Shimada enquanto o Naritsugu está viajando com pelo menos 200 homens. Claro que a batalha se trata de um ambiente preparado para se transformar em uma emboscada. Esta seria a única maneira com que eles poderiam dar conta de números tão grandes, e como eles tiveram tempo de preparar uma armadilha tão elaborada acaba se tornando uma questão que não deve ser feita. Para assistir um filme como esse, você deve acreditar que é possível e em nada mais.
Os filmes de samurai costumavam ter uma rica história, e aqui os valores são elegantemente resgatados. Os samurais estão se levantando uma última vez pelo seu código tradicional. Uma batalha que termina em muito sangue e, eu acho, poucos efeitos especiais. E tão interessante como todo o resto do filme. Uma aula para os diretores modernos de filmes de ação.
Tá com cara de ser mais uma obra-prima oriental. Irei conferir.
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