NOTA: 8.
- Eu sou casado.
- Nós podemos superar isso.
É muito comum filmes que mostram as tais "rainhas do baile" dos colégio americanos. Elas geralmente são metidas, tratam todo mundo com desprezo e aprontam as piores coisas com os alunos que não são populares. Este filme se vinga contra essa "classe". Aqui, a antiga rainha do colégio é uma mulher se aproximando dos 40 anos que tem uma vida muito mais miserável que todas as outras pessoas que eram do seu colégio.
Ela é Mavis (Charlize Theron, uma das melhores atrizes em atividade no cinema americano), uma personagem que começamos não gostando e terminamos com uma sensação muito pior sobre ela. Uma mulher linda que se mudou de uma pequena cidade para a grande cidade onde se transformou em uma escritora que a deixou mais ou menos famosa. Isso porque ela escreve para uma grande série de livros sobre vampiros que faz sucesso, mas não foi ela a criadora da série. Mesmo assim, todos que a conheciam acham que ela é uma espécie de celebridade. É claro que ninguém a vê em anos.
Infelizmente, eles vão revê-la. Cansada de ficar sozinha em seu apartamento apesar de encontros que não parecem servir para nada, que parece um chiqueiro, ela resolve voltar para sua cidade. Isso, porque ela recebeu uma mensagem de de Buddy (Patrick Wilson), seu antigo namorado de colégio, dizendo que sua filha nasceu. Em algum lugar da doentia cabeça de Mavis, ela deve ir reencontrar Buddy e terminar com o casamento dele para que eles fiquem juntos.
Jason Reitman repete a parceria que fez sucesso em Juno com a roteirista Diablo Cody. De lá para cá ele fez o bom Amor sem escalas, já Cody escreveu o ruim Garota infernal. Em Juno, os dois fizeram sucesso centrando o filme em uma adorável menina. Aqui eles usam como protagonista uma mulher que parece amedrontar qualquer pessoa que se aproxime. Além de passar a maior parte do tempo bebendo, ela gasta o resto do tempo dizendo as piores coisas pra pessoas.
Quando um filme tem uma personagem que seja detestável assim, também precisa de um personagem que possa "amaciar" a situação. Esse personagem é Matt (Patton Oswalt), que no colégio sentava ao seu lado mas que ela só lembra dele por sua deficiência e fofocas que diziam sobre ele. Eles não tem nada a ver um com o outro. Ele sabe o que ela está aprontando e sabe que está indo em direção ao fracasso. Matt é o personagem chave do filme. Charlize está ótima como a megera e Wilson como o cara legal, mas é o personagem de Oswalt que faz com que a platéia tenha alguém com quem se identificar.
Mavis é o "elefante na sala" de qualquer lugar que vá. Provavelmente, parte disso deve vir de seu alcoolismo. Mas é interessante observar seu comportamento destrutivo e seu comportamento inapropriado. Talvez essa mulher seja até mesmo insana. É um estudo de personagem. Não é um personagem que vá atrair grandes emoções, mas pode ser divertida de acompanhar.
Filme muito bom. Não é uma típica comédia (óbvia) americana.
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