NOTA: 8.
- A guerra não acaba até que ambos os lados digam que ela acabou.
Falar que este é um filme de ação pode ser um pouco perigoso se considerarmos que um dos protagonistas do filme é o ator Jason Statham, o qual estamos mais acostumados a ver em filmes como Adrenalina e Carga explosiva. O problema é que esses filmes estão mais inclinados a terem constantes cenas de ação e pouca história. E este não é o caso aqui. Estamos diante de um filme que preza a construção de seus personagens com calma, deixando cenas de testosterona para o segundo plano.
Statham é Danny, um ex-SAS (a força especial britânica) que ganha a vida como assassino ao lado de Hunter (Robert De Niro) até que decide sair daquela linha de trabalho. Ele não quer mais ganhar a vida matando pessoas. O tempo passa e um dia ele recebe uma carta com Hunter preso em cativeiro. Um sheik quer vingança pela morte de seus filhos, e Danny deve realizar esses trabalhos para ter seu amigo e mentor de volta.
Logo no primeiro trabalho, eles já chamam atenção de outro grupo de ex-SAS, personificados principalmente por Spike (Clive Owen), que começa a caçar Danny e seu grupo por estarem eliminando colegas seus. O filme engenhosamente começa a mostrar como esses dois grupos que não se conhecem e nem tem muitos motivos para se odiarem começam a se caçar mortalmente. Eles poderiam simplesmente não dar a mínima para os acontecidos. Mas o que está em jogo é o profissionalismo deles.
Mais interessante ainda é que, pelo menos aparentemente, esta é uma história real. O filme é baseado em um livro escrito por Ranulph Fiennes e que ele diz ter se inspirado em experiências que ele mesmo teve, apesar de nunca ter tido uma confirmação oficial. Inclusive, o autor é também um dos personagens do filme. Se esses fatos são verdades ou não eu não posso afirmar, o que posso dizer é que várias vezes na vida nos deparamos com histórias e dizemos que aquilo só aconteceria em filmes. Para nós espectadores, não faz diferença alguma.
Apesar de não ser um filme no estilo que Statham está acostumado a fazer, seu papel segue a mesma linha dos outros filmes. Machão, carrancudo e de poucas palavras. Do outro lado temos um Owen que pela cara normalmente tendemos a vê-lo como mocinho, mas que mostra que pode ser um homem de sangue-frio também. Para completar o trio, De Niro continua se entregando a personagens pouco inspirados (e olhe que esse é o melhor em um bom tempo). Ele ainda é o mesmo ator que fez papéis memoráveis e com certeza ainda tem seus "poderes"guardados. Esse é o tipo de coisa que não se perde. Mas ele não parece muito confortável em usá-los. Só nos resta torcer para que ele o faça antes de se aposentar.
Gary McKendry faz uma boa estreia nos cinemas mostrando que tem tino para contar uma boa história. Ele sabe que ação que não é baseada em bons personagens e em um plot, está fadada a ser mais um filme esquecível ou até mesmo desnecessário. Por isso ele trabalha bem esses dois pontos. Esse é um filme que antes de tudo conta uma história. E eu gostei dela.
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