sábado, 24 de dezembro de 2011

ALIEN


NOTA: 10.
- Como a maioria já sabe, não estamos em casa ainda. Estamo no meio do caminho. "Mamãe" interrompeu nossa jornada porque alguma coisa udou. Parece que ela interceptou uma transmissão de origem desconhecida. Nós vamos checar essa transmissão.

Star wars já tinha nos mostrado um pouco antes que o espaço pode servir como ótimo cenário de filmes. Mas o filme de George Lucas era uma fábula para toda a família, por isso coube a Ridley Scott mostrar que o terror também poderia ser feito no mesmo cenário. Como eles estampavam nos cartazes: "No espaço ninguém pode ouvir você gritar".
Uma nave tem sua trajetória interrompida para verificar a recepção de uma transmissão cuja fonte não foi reconhecida. Eles descem naquele pedaço de espaço estranho para investigar e um dos tripulantes é atacado por um estranho ser que se prende em seu rosto. Para qualquer pessoa que já tenha visto um filme da série, ou  mesmo para os que nunca assistiram, fica óbvio que esse ser está colocando o que virá a se formar o aterrador alienígena dentro do pobre homem.
Um dos tripulantes, é Ripley (Sigourney Weaver), única que apareceu nas sequências da série. As ordens dos empregadores dela é clara: eles devem levar aquele ser com vida para que possam usar como alguma espécie de arma. Mas Ripley não tem o menor interesse em seguir essas ordens. Ela tem um ódio tão forte deles que arrasta para todos os outros filme. Ela não quer saber como aprisionar. Sua pergunta é sucinta: "Como matamos isso?".
Basicamente, o alien só parece existir para matar a tripulação da nave. Nem sequer parece muito preocupado com a reprodução de sua espécie, já que precisam dos humanos (ou provavelmente outro ser qualquer) para isso. Só que ao invés de aparecer logo com pessoas morrendo, o filme nos envolve em um ritmo muito bom. As coisas não acontecem do nada. Temos a interceptação do sinal, a decisão de sair e investigar, o retorno para a nave e assim sucessivamente. Cada coisa acontece com calma, ao contrário do que aconteceria em um filme hoje em dia. Se passa muito tempo de filme até que a primeira morte aconteça e mais ainda para que o alien adulto, na forma que conhecemos, seja mostrado.
Tem uma coisa que é muito interessante também na forma como a criatura é mostrada. Seja por uma questão técnica ou não, é muito bom ver como ela é sempre uma coisa meio misteriosa. Quando ela sai de dentro do seu hospedeiro, parece uma espécie de verme rastejante. Depois vemos que ela cresce mas nunca conseguimos saber ao certo como ela realmente é. É só no final do filme que é revelada a verdadeira forma dela. Esse mistério todo também nos mantém num suspense que ajuda no clima do filme.
Weaver interpreta muito bem sua personagem, que permanece como um ícone da heroína dos filmes de ação. Não consigo dizer se alguma outra mulher daquela época conseguiria interpretar um personagem desse tipo tão bem quanto ela. Mas boa parte dos créditos do filme também vai para o diretor Ridley Scott. Antes de Alien ele só havia o bom e cerebral Os duelistas, talvez por isso tenha se preocupado tanto com o clima do filme e a história. Depois disso, ele dirigiria o futurista Blade Runner. Apesar de ter alguns filmes estranhos em sua carreira, não há como negar que se trata de um diretor de enorme talento.
O engraçado é que este filme é considerado um dos mais influentes do cinema, mas apesar disso vejo pouca gente de hoje realmente se inspirando neles. Não há uma preparação para o suspense, o que acaba fazendo que não haja suspense. Só sucessões de sustos fáceis. Por isso o filme ainda se mantém tão forte e tão bom.

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