NOTA: 5.
- Meu nome é Barnabas Collins. Dois séculos atrás, eu fiz de Collinwood a minha casa... até que uma bruxa invejosa me amaldiçoou, me condenando à sombras pra sempre.
Seguindo o padrão que Tim Burton adotou para seus filmes, o que temos aqui é uma produção muito caprichada, com figurinos, cenários, fotografia e efeitos especiais quase impecáveis. O que não temos como costumamos a ver em seus filmes, é uma história interessante que nos leva a algum lugar. Parece um filme de Tim Burton em que ele dirigiu por controle remoto. Parece que falta alguma coisa para dizermos que é um filme dele e não de alguém copiando seu visual.
O filme até começa bem, mostrando cenas interessantes sobre a família Collins na América. Uma pena que o filme começa gerando uma expectativa na plateia para as próximas cenas e depois parece incapaz de nos satisfazer. Mais um caso onde o melhor aparece logo no início, e nada aparece para sequer igualar. Barnabas (Johnny Depp) desperta a paixão de Angelique (Eva Green), mas acaba realmente se apaixonando por Josette (Bella Heathcote).
Para seu azar, Angelique é uma bruxa que depois de rejeitada fica sedenta por vingança. Primeiro ela faz com que Josette se jogue de um precipício. Barnabas ainda tentar salvar a moça, mas incapaz, consegue apenas assistir sua morte. Depois, Angelique o transforma num vampiro e convence o povoado a tranca-lo acorrentando dentro de um caixão onde fica aprisionado por 190 anos. Pra ser mais preciso, ele acorda em 1972.
Barnabas volta para Collinwood para encontrar seu antigo lar, que na sua época era um marco da cidade, em ruínas. A herança de sua família foi dilapidada, o comércio de peixe deles está quase falido. Ele encontra a família, liderada por Elizabeth Collins (Michelle Pfeifer) e faz um acordo com ela para tentar levantar novamente a família. Tanto em nome quanto nos negócios, mas para isso ele deve enfrentar novamente Angelique que controla agora todo o mercado da venda de peixes. E que mesmo depois de tanto tempo ainda morre de amores por ele.
Os outros habitantes da casa incluem Carolyn (Chloe Grace Moretz); o irmão sanguessuga de Elizabeth, Roger; que tem um filho que consegue ser mais estranho que Barnabas; e uma psiquiatra Dra. Julia Hoffman (Helena Bonham Carter). O mordomo da família é Loomis (Jackie Earle Haley), que serve o jantar de todos. Jantar que é um dos eventos mais estranhos do filme.
Barnabas tem uma pele tão branca quanto um vampiro enterrado por 190 anos deve ter. Com longos dedos e unhas, ele trata todo mundo com uma cortesia digna de séculos anteriores. Todo o seu personagem é construída em cima de uma caricatura do que é um vampiro, e provavelmente não deveria ser diferente. Mas este tipo de personagem precisa de um contraponto, que seriam as pessoas normais, para funcionar. Como não temos nenhum personagem normal, o vampiro fica sendo apenas mais um de uma alegoria.
A única graça do filme está em assistir Barnabas reagir às modernidades dos anos 1970. Especialmente em relação à cultura pop. Em determinado momento, ele declara que Alice Cooper é "a mulher mais feia que já viu". São pequenas graças, poré, e que infelizmente não salvam o filme. Em sua oitava colaboração juntos, diretor e ator já realizaram trabalhos bem melhores. Aqui, se trata de um filme que até começa bem, mas imediatamente vai perdendo sua força.
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