quarta-feira, 10 de outubro de 2012

ESPELHO, ESPELHO MEU - MIRROR MIRROR


NOTA: 5.
- E a rainha percebeu que se quisesse continuar bela... bem... Branca de neve teria que fazer o que faz de melhor. Cair.

Uma moda atual do cinema é recontar as histórias antigas com mais malícia e ação do que haviam sido contadas antes. No caso de Branca de Neve, temos essa versão para agradar os mais maliciosos, e uma outra versão com Kristen Stewart no papel título que vai agradar quem busca mais ação. Há todo um cuidado especial com o visual para que nenhuma cena pareça nada menos que linda, só é uma pena que esqueceram que sempre é bom tomar cuidado com a história para não estragar tudo.
O filme, não é uma adaptação fiel do conto ou mesmo do desenho animado da Disney, mas também não é uma sátira e nem sequer chega a ser uma história original levemente inspirada em qualquer outra fonte. Não consegui definir exatamente qual é o propósito deste filme senão tirar o dinheiro das crianças que não tinham idade suficiente para entrar na outra versão com Stewart, porque se fosse apenas para mostrar uma versão mais feminista da personagem, bem... Isso foi feito em ambas.
Ao mesmo tempo que mostra um lado mais moderno de sua heroína, o filme degrada os pobres anões, que no filme parecem uma parte fuleira do bando de Robin Hood, com exceção de que aqui eles apenas roubam para eles mesmos. E eles usam ainda estranhos trajes para facilitar a vida de roubos que não me pareceram muito interessantes na tela.
Roubando a cena temos Julia Roberts como a rainha. Ela cai muito bem no papel da mulher que casou com o Rei, e quando este foi para a floresta e nunca mais voltou, deixou sua enteada presa no castelo até seus 18 anos. É dela também a narração do filme. Sua única preocupação é consigo mesmo, o que faz o reino passar de um lugar feliz para um miserável por conta dos impostos que ele coloca sobre o povo para sustentar seu luxo.
Mesmo com os impostos, seu lacaio Brighton (Nathan Lane) lhe informa que ela está falida. Por isso ela pensa em poder se casar com o príncipe Alcott (Armie Hammer), que anda pela floresta tentando realizar um ato heróico mas acaba sempre resgatado sem suas roupas. Mas ainda assim é um príncipe, e a Rainha sabe que casar com ele pode ser o fim de seus problemas financeiros.
Claro que o príncipe também conhece Branca de Neve (Lily Collins, a filha do cantor Phil Collins), e que os dois se interessam um pelo outro. Branca é ingênua e pura, o oposto da Rainha. Uma personagem adorável mas que realmente acaba ofuscada por Roberts com seu jeito imperioso e autocrático. Ela consulta o espelho localizado em um lugar um tanto bizarro, mas nunca faz a famosa pergunta. O fato de estar envelhecendo, cria pelo menos uma cena hilária na véspera do baile que ela irá realizar para o príncipe.
Visualmente tudo parece funcionar bem, e o filme até conta com certa graça. Mas o diálogos são tão pobres que a beleza vai se esvaindo aos poucos, e conforme o filme avança, começa a ficar chato porque toda a surpresa visual já passou. Não há muito interesse em acompanhar a rainha e Branca ou Branca e o príncipe. O diretor Tarsem Singh é muito bom para criar cenas belíssimas, mas é uma pena que peque tanto no principal, que é contar uma história.

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