quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

MILLENNIUM: OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES - THE GIRL WITH THE DRAGON TATTOO


NOTA: 9,5.
- Eu quero que você me ajude a pegar um assassino de mulheres.

Para ler a resenha da primeira adaptação, clique aqui.

Depois do sucesso dos livros e até mesma das adaptações suecas para o cinema, era apenas uma questão de tempo até que Hollywood fizesse a sua versão. E não apenas pelo sucesso que vinha fazendo. Em qual outro filme você pode encontrar uma personagem como Lisbeth Salander? Filmes desse tipo geralmente apresentam homens de 30 e poucos anos. E geralmente eles funcionam, mas aqui vemos que outros tipos de personagens também podem funcionar. E, na verdade, o sucesso dessa história indica que a platéia está ansiosa por certas mudanças de vez em quando.
Nessa versão ela é interpretada por Rooney Mara, que já havia trabalhado com o diretor em A rede social. Salander tem um corpo magro cheio de piercings e tatuagens. Ela se veste como se fosse participar de um filme sadomasoquista. Quem a vê pode achar que não é ninguém especial, mas Salander é extremamente inteligente apesar de seu temperamento explosivo e antissocial. É essa personagem interessantíssima que me prende a ficar assistindo a este filme. Como li os livros e vi a versão sueca dos filmes, eu já sabia tudo que a levou a ser assim, mas ainda assim não consegui deixar de ficar impressionado em como a personagem é mostrada aqui.
Seu caminho acaba se cruzando com o do repórter Mikael Blomkvist (Daniel Craig). O filme começa com o final de um julgamento em que Blonkvist perde um processo para um grande empresário sobre quem escreveu um artigo para a revista Millenium. Para se afastar um pouco dos holofotes, ele aceita investigar o sumiço da neta de um milionário que sumiu há mais de 40 anos. Ele não é um detetive e depois de tanto tempo ele sabe que não deve encontrar nada que sirva para ajudar no caso, mas o velho lhe garante que tendo sucesso ou não ele vai ter uma coisa que o dinheiro não compra: verdadeiras provas para acusar o empresário que lhe processou.
Quando escrevi a resenha do filme sueco, a produção deste filme tinha apenas começado e os rumores é que Lisbeth Salander seria interpretada por Kristen Stewart. Na época duvidava que Hollywood contaria uma história tão contundente e duvidava que fosse ser melhor que a versão sueca. Agora devo dizer que não saberia apontar qual dos dois filmes eu considero melhor. Depois de ver os 3 filmes e ler os 3 livros, eu entro novamente nesse universo e ele tem um frescor diferente. Os filmes suecos eram adaptações fiéis aos livros, a versão americana tem uma diferença sutil que dá um novo tom à história.
O roteiro de Steven Zaillian (que já venceu um Oscar pelo roteiro de A lista de Schindler e que está concorrendo novamente este ano pelo roteiro de O homem que mudou o jogo) foca um pouco menos nas histórias paralelas dos personagens e mais na história principal do filme. Mais no crime. A mudança dá um ritmo um pouco mais interessante para o filme. Uma pena que o Blomkvist sueco seja um pouco melhor. Michael Nyqvist trazia uma fragilidade que era um pouco mais interessante, enquanto Daniel Craig parece mais um personagem de ação acostumado com o perigo. Como não pareceria acostumado? Ele é o James Bond, oras.
Blomkvist e Salander mantém histórias separadas por mais tempo que a versão original, e quando finalmente se reúnem eles estão "presos" em uma ilha que tem um provável assassino. Tirando as modernidades (piercings, tatuagens, computadores, etc), temos uma história de suspense nos mesmos moldes a que estamos acostumados a ver. Como estamos acostumados a ler nos livros de Agatha Christie. O que é ótimo. Só não conseguiria dizer que versão eu gostei mais. O que me importa é que, cada um a seu modo, eu assisti a dois bons filmes ainda que contem a mesma história. Para os que vão assistir pela primeira vez, a novidade pode ser ainda melhor.

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