quarta-feira, 6 de julho de 2011

ENTRANDO NUMA FRIA MAIOR AINDA COM A FAMÍLIA - LITTLE FOCKERS


NOTA: 1.
- Eu vou prestar atenção em você.
- Eu tenho meus olhos também. Então eu vou prestar atenção em você... prestando atenção em mim.

A franquia parece ter se tornado um caça níquel rentável para os produtores e os atores do filme. Só assim para explicar a presença não apenas da dupla de protagonistas, mas também pela lista de coadjuvantes que vai aumentando a cada nova sequência. O mais estranho para mim é que uma franquia tão fraca como essa tenha conseguido chegar a tantas continuações. Não que os filmes anteriores sejam ruins, mas não achei nenhum engraçado o suficiente para esperar por mais um.
O primeiro tinha certa graça por apresentar o duelo de estilos entre um enfermeiro e um ex-operativo secreto da CIA que diz que é um florista aposentado. O segundo se superou um pouco ao introduzir os pais do enfermeiro interpretados por Barbra Streisand e Dustin Hoffman como um casal hippie mais diferentes ainda do ex-agente. Como fazer para superar as atuações inspiradas da dupla? A resposta dos realizadores é: nada. Por isso eles sequer tentam.
O filme começa com o genro preferido de Jack Byrnes (Robert De Niro) se divorciando da mulher. Acontece que esse genro era a esperança de ter um homem capaz que possa liderar sua família quando ele se for. Quando tem um infarto, ele acredita que deve tornar Focker (Ben Stiller) nesse tipo de homem. Por isso, a vida íntima de Focker fica de novo sob o microscópico olhar de Byrnes, que analisa sua relação com Andi Garcia (Jessica Alba), a obra de sua casa feita por Randy Weir (Harvey Keitel) e a festa de aniversário dos seus netos gêmeos.
Tenta-se tirar alguma graça com o nome do personagem de Alba (Andy/Andi Garcia), com Hoffman aprendendo a dançar flamenco e o programa de Streisand na TV onde ela fala de sexo (em especial sobre Focker). Não achou graça? Pois isso é o que o filme tem de melhor para oferecer. A paixão de Kevin (Owen Wilson) pela mulher de Focker gera uma tatuagem dela em seu corpo. Já para De Niro, resta uma piada sobre ereção e para Stiller ser chamado de "The Godfocker" (referência ao nome original de O poderoso chefão, The godfather) e ficar agindo como se fosse um mafioso com seu filho. Falhar em ter uma boa história é uma coisa, mas uma comédia sem um boa piada sequer?
Talvez esperava-se que o diretor Paul Weitz mostrasse sensibilidade o suficiente para equilibrar a comédia com o romance, e olha que existem pelo menos três casais para isso, mas ele falha miseravelmente. A história é confusa e tem muitas subtramas que atrapalham mais do que qualquer outra coisa. De Niro deve estar mais preocupado em contar seus milhões e não em ler roteiros, por isso já emenda uma sequência desagradável de filmes. E nem a comédia de Stiller serve para alguma coisa aqui.

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