terça-feira, 19 de abril de 2011

O GOLPISTA DO ANO


NOTA: 8.
- O amor é uma coisa engraçada. Te alegra, te entristece, te faz realizar todo um monte de coisas que você nunca pensou em fazer antes. Na verdade, amor é a razão pela qual eu estou aqui deitado e morrendo.

Como o filme tem um tom de comédia, somos avisados logo de cara que a história que vamos ver é real. Somos avisados duas vezes, para não ter dúvidas. Então para deixar claro, essa é uma história real. Os diretores escreveram o roteiro baseado no livro que conta a impressionante história de Steven Russell, que aqui é interpretado por Jim Carrey.
Quando pequeno, Russell descobriu que era adotado. Ele cresceu, se casou, teve uma filha e virou policial. Mas que ninguém se engane, ele não virou policial para fazer o bem. A verdadeira razão de se tornar policial era simplesmente encontrar sua verdadeira mãe e saber porque ela o abandonou. Ele acaba a encontrando, mas nunca consegue descobrir o motivo que ela teve. De qualquer forma, como não vê mais motivos em continuar como policial, ele muda de emprego e de cidade.
Acontece que toda essa vida que ele levou até o momento é uma mentira. Depois de se envolver em um acidente, ele tem uma epifania: ele é gay. Nada mais de esconder quem ele realmente é e forjar uma vida de fachada para as pessoas. Ele vai viver como quer e, principalmente, ele vai transar com quem ele quiser. Por isso se muda para Miami onde vive com seu namorado Jimmy (Rodrigo Santoro). Para seu azar, ele descobre que ser gay é muito caro, por isso aplica golpes em seguradoras e e falsifica cartões de banco para manter seu estilo. Eventualmente, ele vai preso.
É na cadeia que ele encontra seu verdadeiro amor: Phillip Morris (Ewan McGregor). Mas encontrar o amor da sua vida não o faz sossegar. Se passando por advogado, ele consegue sair da cadeia e tirar Morris de lá. Disposto a dar tudo para ele, ele até mesmo vai para julgamentos como advogado. Consegue um bom emprego com um bom salário, mas nunca se dá por satisfeito. Mesmo com o emprego ele ainda aplica seus golpes para fazer ainda mais dinheiro. O grande problema de Russell é ser ganancioso demais. E Morris é inocente demais para perceber rapidamente o que está acontecendo.
Antes que alguém reclame que escrevi que ele decide ser gay, que venham dizer que a pessoa ou é ou não é, eu digo que apenas acho que não é o caso aqui. Morris é um personagem interessante, parece que tudo que ele faz é para ser do contra. Ele poderia ser brilhante e ganhar muito dinheiro, mas preferiu ser do contra e vive numa eterna luta contra as autoridades. A única coisa que realmente parece ser real é seu amor por Morris.
Carrey está ótimo no papel do vigarista. Pode-se até questionar um ator de comédia para fazer um papel desses, mas na verdade ele caiu como uma luva. Pelo simples fato de ser uma história demasiadamente fantástica para se acreditar. Mesmo se fosse uma ficção, pareceria exagerado. Além disso, ele consegue passar uma imagem afável com contornos cômicos e dramáticos quando necessário. Ótima performance.
Bem. A pena de Russell parece muito exagerada para alguém que nunca causou mortes ou qualquer tipo de destruição. Ainda assim, realmente deve ser muito embaraçoso para as autoridades um sujeito que consegue fugir diversas vezes (4, sempre às sextas-feiras 13) e que conseguiu também enganar todo o sistema penal e penitenciário. Pena que usou sempre seu intelecto de forma destrutiva. Pelo menos rendeu uma ótima história.

Um comentário:

  1. Me decepcionei um pouco com esse. É um filme sem identidade, não sabe se fica no drama ou na comédia. E Jim Carrey está muito caricato. Mas o filme se sai bem em algumas partes, e Ewan McGregor consegue se destacar, como ótimo ator que é. Ótimo texto!

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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